Ciência

Como é e como deveria ser a conservação das árvores nas cidades grandes

Final de semana com diversas árvores derrubadas pelos ventos em São Paulo (SP) chama atenção para o manejo urbano de áreas verdes
Imagem: CHUTTERSNAP/ Unsplash/ Reprodução

A chuva e os ventos fortes que atingiram a cidade de São Paulo na última sexta-feira (3) mostraram que a queda generalizada de árvores pode causar um estrago e tanto. De acordo com o que disse o prefeito Ricardo Nunes ao Estadão, foram aproximadamente 1,4 mil ocorrências de árvores derrubadas. Como consequência, cerca de um milhão de endereços ficaram sem energia elétrica na cidade.

Para além dos impactos na fiação, as árvores desempenham um papel fundamental na qualidade ambiental dos centros urbanos. De modo geral, elas contribuem para reduzir inundações e enchentes, absorvendo a água e diminuindo a velocidade do escoamento superficial.

Além disso, as plantas são essenciais para a captura de carbono da atmosfera, especialmente em um ambiente com poluição do ar — e em um cenário que tem como pano de fundo o aquecimento global

Florestas urbanas, por exemplo, podem reduzir significativamente a temperatura das grandes cidades. Isso é importante em períodos de onda de calor.

No entanto, a falta de cuidado com as árvores, escolha inadequada das espécies e interferências urbanas estão tornando centros urbanos mais vulneráveis.

Quais os cuidados necessários

Geralmente, em cidades em que a arborização não foi planejada, muitos plantios acontecem em áreas inadequadas.

Outro problema apontado por especialistas é a predominância de espécies exóticas em algumas áreas das cidades. Embora elas possam ter apelo paisagístico, nem sempre estão adaptadas ao clima tropical e são suscetíveis a quedas em eventos climáticos extremos. Por isso, é fundamental priorizar o plantio de espécies nativas da Mata Atlântica, mais resistentes às chuvas e ventos por serem adaptadas ao clima local.

Além disso, o manejo inadequado das árvores, como as podas incorretas, pode desequilibrá-las. Isso favorece o apodrecimento do tronco e raízes, tornando-as mais propensas a quedas.

Também é necessário cuidar também das interferências que afetam o crescimento das árvores. Por exemplo, o tamanho dos canteiros e das calçadas, juntamente com as redes de energia, água, esgoto e gás.

Para mitigar esses riscos, é necessário cuidar intensamente da manutenção das áreas verdes e verificar a saúde das árvores, promovendo podas corretivas quando necessário.

O caso de São Paulo

Em São Paulo, há vegetação em cerca de 75% de suas ruas, incluindo espécies nativas da Mata Atlântica e exóticas. 

Na administração da cidade, o cuidado das árvores é de responsabilidade da prefeitura, que contrata empresas terceirizadas para realizar o plantio e a manutenção. A companhia de eletricidade também participa do processo, adaptando as copas das árvores aos cabos de energia. 

Em 2020, a prefeitura lançou o Plano Municipal de Arborização Urbana, que visa aumentar a resiliência da cidade às mudanças climáticas. Há ações previstas para os próximos anos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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