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Como funciona a terapia de genes contra HIV, aplicada em humano pela 1ª vez

O novo tratamento, chamado EBT-101, é oferecido em dose única e deve permitir aos pacientes a suspensão do uso de antirretrovirais. Saiba mais desse estudo

1ª aplicação em humano da terapia de genes contra HIV

Imagem: Ryan S. Brandenberg, Temple University/Reprodução

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Temple e da empresa de terapia gênica Excision BioTherapeutics, ambas instituições norte-americanas, estão trabalhando em um tratamento promissor contra o HIV.

Tanto o vírus quanto a AIDS – doença que leva ao enfraquecimento do sistema imunológico do paciente – são conhecidos há 40 anos, embora a cura nunca tenha sido encontrada. 

A nova terapia recebe o nome de EBT-101. A injeção de dose única é baseada em uma tecnologia de edição de genes conhecida como CRISPR. Em teoria, o composto deve remover o DNA viral do HIV das células, erradicando a infecção e permitindo que os pacientes vivam sem a necessidade de antirretrovirais.

Os antirretrovirais começaram a ser usados na década de 1980. Eles não destroem o vírus, mas ajudam a evitar sua replicação e, consequentemente, permitem que a pessoa com HIV tenha uma maior qualidade de vida. O principal problema é que, em algumas situações, o vírus pode se esconder em reservatórios teciduais, escapando do sistema imunológico e atrapalhando a função do medicamento.

O tratamento EBT-101 contra o HIV já passou por testes em animais e agora deve ser aplicada em humanos. O primeiro paciente, que não foi identificado, já recebeu sua dose única por meio de infusão intravenosa e deve ser avaliado em breve para que os cientistas decidam se irão suspender ou não seu uso de antirretrovirais.

“O extenso trabalho pré-clínico de nossas equipes de pesquisa em Temple demonstrou a eficácia do EBT-101 na remoção do DNA do HIV de células infectadas e lançou as bases para estudos clínicos”, disse Tricia H. Burdo, uma das autoras do estudo, em comunicado. “É realmente emocionante para nós ver a Excision BioTherapeutics levar essa terapia potencialmente curativa para os ensaios clínicos de Fase 1/2.”

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