Pesquisadores de São José dos Campos (SP) captaram imagens impressionantes de pára-raios em ação. As fotografias, feitas com câmeras de altíssima velocidade e resolução, são parte de um estudo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) publicado na revista científica Geophysical Research Letters em dezembro.
A imagem chamou a atenção do jornal norte-americano New York Times, que lançou uma reportagem sobre o estudo na terça-feira (28). De fato, as imagens são chocantes: parece que há uma “luta” entre os pára-raios e os trovões.
Para fazer as imagens, os cientistas ficaram a cerca de 150 metros de onde aconteciam os trovões com uma câmera capaz de registrar 40 mil imagens por segundo. Eles captaram 31 descargas elétricas enquanto elas aconteciam.
Dessa forma, o grupo conseguiu fotos nítidas e um vídeo em câmera lenta que mostra o que acontece instantes antes do encontro da carga do haste do pára-raios com a descarga elétrica dos trovões. Assista:
Brazilian researchers captured the moment when lightning rods on buildings released an upward discharge to attract incoming lightning. They photographed the action with a high-speed video camera that records 40,000 images a second. https://t.co/iQAwFnEkoD pic.twitter.com/0fGW28eeAe
— The New York Times (@nytimes) March 29, 2023
Como funciona um pára-raios?
Esses equipamentos ficam no ponto mais alto de prédios ou grandes estruturas, e têm um funcionamento bastante simples: são nada além de uma haste de cobre ou alumínio com fios conectados ao solo.
Assim que um raio atinge o prédio, ele passa pela haste, que é o caminho de menor resistência — já que o metal é um bom condutor de eletricidade. Depois, segue pelos fios até o solo, o que protege o prédio das correntes e tensões elétricas extremamente altas produzidas pelos trovões.
Na imagem, é possível ver raios de energia que parecem partir das hastes em direção ao raio. Isso tem explicação: os pára-raios não esperam a chegada do trovão. Menos de um milissegundo antes de encontrar a descarga elétrica, a haste, provocada pela presença da descarga negativa do raio, envia uma descarga positiva para cima. É uma forma das duas se conectarem.
O vídeo mostra que não só o pára-raio do prédio “atingido” pelo raio produzia essas descargas, mas também de vários outros edifícios e pontos altos.
Isso acontece porque qualquer pessoa ou objeto que esteja em uma área aberta “fechar o circuito” e receber um raio – mesmo se não for diretamente atingida por ele. Estar em locais altos, próximos ao mar ou objetos metálicos facilita a chance de ser alvo.