Como os abacates trocam de sexo da noite para o dia
Ao nascer, os seres humanos podem apresentar o sexo biológico feminino (XX) ou masculino (XY), desenvolvendo diferentes órgãos reprodutores. Mas há quem tenha apenas um cromossomo sexual ou até mesmo três, sendo caracterizada como pessoa intersexo.
Essa é uma particularidade da nossa espécie que não se replica a todas as outras. As folhas de abacate, por exemplo, são hermafroditas. O fruto apresenta uma certa fluidez de gênero, podendo destacar sua parte feminina durante a manhã e a seção masculina a tarde, por exemplo.
Para entender sobre isso, é preciso relembrar brevemente sobre o sexo das plantas. Insetos polinizadores retiram o pólen (equivalente ao espermatozoide) das anteras de uma flor (parte reprodutiva masculina) e o encaminham até o estigma (parte reprodutiva feminina).
Os abacates possuem tanto flores masculinas quanto femininas em uma mesma planta. Porém, elas não abrem ao mesmo tempo, o que dificulta o cultivo. Basicamente, os insetos polinizadores podem fertilizar a planta, mas levarão dois dias para completar o serviço.
Como forma de facilitar, os cientistas separam o fruto em plantas do tipo A e plantas do tipo B. As primeiras tem a abertura de sua flor durante a manhã, com apenas o estigma ficando receptivo. Ela se fecha ao meio dia, voltando a se mostrar apenas na tarde do dia seguinte, dessa vez com a parte masculina disponível.
No grupo B, o processo se repete, mas em horários diferentes. A primeira abertura ocorre após o meio dia, fechando-se ao entardecer. Depois, a planta reabre na manhã do dia seguinte.
Para facilitar o trabalho, os agricultores plantam os diferentes tipos de abacate de forma intercalada, permitindo que sempre haja um sistema reprodutivo masculino e outro feminino disponíveis ao mesmo tempo. Uma tática simples para encher o pomar.