Como os efeitos climáticos transformaram a água da chuva

Mais tempestades, escoamento de fertilizantes e aumento da chuva ácida: entenda como as mudanças climáticas influenciam nas chuvas pelo mundo
Como os efeitos climáticos transformaram a água da chuva
Imagem: Erik Witsoe/Unsplash/Reprodução

A água encontrada no estado líquido nos rios, lagos e oceanos evapora e se acumula, condensando-se em nuvens. Após essa fase, a água retorna à Terra em forma de chuva. É aquilo que a ciência conhece como ciclo da água.

Agora, considere o efeito estufa. Gases como o dióxido de carbono e o metano retêm calor na atmosfera, fazendo com que o planeta aqueça. Isso acelera a evaporação, puxando mais umidade para o ar e aumentando os níveis de precipitação.

Esse não é o único fator da chuva alterado devido as mudanças climáticas. Cientistas acreditam que o aumento das temperaturas também é capaz de alterar as corrente de ar que transportam a umidade pelo globo. Por tabela, as nuvens ficam retidas em um só lugar, gerando níveis absurdos de chuva em locais isolados. 

Os fatores combinados levam a tempestades e inundações. Como consequência, ocorre outro problema: o escoamento de fertilizantes para o mar. Há mais água caindo do que o solo é capaz de absorver, o que gera as cheias. O excesso de líquido acaba drenando para outros cursos d’água, mas antes é contaminado por fertilizantes usados em plantações.

A chegada dos fertilizantes nos lagos e oceanos leva ao rápido crescimento de algas, que bloqueiam a luz solar e diminuem os níveis de oxigênio da água. Isso não apenas aniquila a vida marinha, como também apresenta riscos a saúde humana, já que as toxinas podem sobreviver aos processos de purificação, tornando a água da torneira imprópria para o consumo.

Vale citar outro problema ambiental: a chuva ácida. Compostos como o dióxido de enxofre e o óxido de nitrogênio são lançados na atmosfera por processos variados, como a queima de combustíveis fósseis. A água, ao evaporar, acaba reagindo com a dupla, formando ácido sulfúrico e nítrico, respectivamente. 

Fenômenos naturais, como a erupção de vulcões, também podem levar a formação de chuva ácida, porém, quando maior a atividade humana, maior o risco. Para se ter uma ideia, dois terços do dióxido de enxofre e um quarto do óxido de nitrogênio encontrados na atmosfera vêm de geradores de energia elétrica

O contato com a chuva ácida não representa riscos para os seres humanos, mas afeta diretamente o ecossistema. O fenômeno é capaz de alterar a composição do solo e dos corpos d’água, tornando-os inabitáveis ​​para animais e plantas locais. Além disso, a chuva pode deteriorar edifícios e monumentos feitos de calcário e mármore.

A população do Hemisfério Norte também tem enfrentado a diminuição da queda de neve, o que leva a uma baixa nos reservatórios de água doce após o inverno. Os agricultores, por exemplo, ficam sem água suficiente para irrigar suas colheitas. Fatores que, apesar de parecerem isolados, podem refletir no mundo inteiro.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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