Como se adaptar às mudanças climáticas? Estudo aponta caminhos

Com os impactos das mudanças climáticas avançando no mundo todo, pesquisadores analisam ações de adaptação no cotidiano da população mundial
Como se adaptar às mudanças climáticas? Estudo aponta caminhos
Imagem: Li-An Lim/ Unsplash/ Reprodução

Como o dia a dia do clima te afeta? Neste ano, durante o evento COP28, haverá a primeira análise do progresso mundial na ação de adaptação às mudanças climáticas. Será avaliado o avanço do que foi estabelecido no Acordo de Paris de 2015.

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Com isso no radar, um novo estudo investigou as atividades que são realizadas como adaptação aos efeitos das mudanças climáticas no cotidiano da população mundial. Os resultados estão na revista Nature Climate Change.

Em geral, projetos de infraestrutura têm mais riscos de má adaptação, enquanto mudanças na alimentação e a restauração de áreas naturais tendem a ser boas adaptações.

Entenda a pesquisa

De início, o estudo selecionou oito setores que enfrentam impactos climáticos significativos, sendo três deles as zonas costeiras, a saúde humana e a segurança alimentar.

Em cada setor, pesquisadores analisaram três respostas de adaptação já estabelecidas, totalizando 24 respostas. Para identificar as atividades de adaptação como boas ou ruins, os pesquisadores desenvolveram uma medida que leva em consideração seis fatores.

Três são características que envolvem o sistema em consideração. Se uma atividade terá um impacto positivo ou negativo nos ecossistemas; se aumentará ou reduzirá as concentrações de gases de efeito estufa; e se possui ou não o potencial de gerar mudanças sociais.

Os outros três fatores estão relacionados à equidade. Se os benefícios da adaptação afetarão positivamente, não terão impacto ou agravarão as condições de grupos marginalizados (populações de baixa renda, mulheres e meninas, e grupos étnicos marginalizados). 

Por fim, a média desses seis fatores determinou a posição de uma atividade no espectro de avaliação.

As boas e as más adaptações

Respostas que consideram comportamentos e impactos sociais encontram o maior potencial para adaptações bem-sucedidas. A redução do desperdício de alimentos é um exemplo, assim como a restauração de áreas naturais e a melhoria das práticas agrícolas e de pesca.

Já as adaptações de infraestrutura apresentam grandes riscos de má adaptação. O artigo cita, por exemplo, os diques, que são estruturas feitas para deter a passagem das águas. Eles podem cumprir sua função, mas ao mesmo tempo elevam os riscos de inundações e atraem pessoas a viver em áreas expostas ao aumento do nível do mar.

Outro mau exemplo são os sistemas de irrigação em áreas pobres e sujeitas à seca. Eles acabam favorecendo apenas os grandes produtores, ricos o suficiente para arcar com os custos. Ou seja, isso faz com que os agricultores abandonem culturas de subsistência.

Em geral, o estudo enfatiza que as classificações não são permanentes e espera que as descobertas contribuam para o planejamento dessas ações em níveis local, nacional e internacional. Assim, uma atividade de adaptação pode se orientar por casos bem sucedidos, que minimizam também os impactos sociais.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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