Um grupo de médicos da Universidade Atlântica da Flórida defende uma forma simples de identificar quando crianças e adolescentes estão sendo alvo de cyberbullying. A princípio, a sugestão parece boba: perguntar a eles. Mas o grupo acredita que isso pode ajudar a jogar luz em muitos casos.
Em um estudo publicado na quarta-feira (1º), a equipe relata que apenas 23% dos estudantes que sofrem esse tipo de assédio relatam os casos. Além disso, menos da metade dos profissionais que atendem pacientes pediátricos rastreiam casos de bullying – e menos ainda quando os ataques ocorrem na internet.
O principal motivo para isso acontecer tem relação com a capacidade do cyberbullying se tornar “invisível” para os adultos. A grande maioria dos casos acontece no anonimato da internet e muitas vezes os jovens não se sentem aptos a identificar o agressor. Ao mesmo tempo, muitos têm vergonha de denunciar ou pedir ajuda.
Somado a isso, ambientes de assistência médica não têm ferramentas de triagem feitas especificamente para detectar esse tipo de violência. Por isso, a sugestão é que profissionais incluam perguntas sobre o assunto nos atendimentos de saúde.
Eles citam algumas questões que podem acender o alerta. “Quantas horas por dia você gasta em frente às telas?”, “Você se sente seguro na escola?”, “Você já sofreu ou conhece alguém que conheceu bullying ou cyberbullying?” estão entre elas.
Outras formas de detectar o cyberbullying
Os médicos também podem perguntar sobre os sintomas que são sinais de alerta para o cyberbullying. Entre eles estão distúrbios do sono, do humor, desvios alimentares, pensamentos suicidas, agressividade, problemas acadêmicos, fadiga e dores de cabeça.
“Cyberbullying, abuso de namoro digital, automutilação digital e outras formas de vitimização estão ocorrendo em um grau não trivial entre os jovens”, alertou. “Iniciar uma conversa sem julgamento entre suas experiências online ajudará a promover o desenvolvimento e o funcionamento positivo do adolescente”.