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“Compostagem humana” é a nova tendência em enterros nos EUA; entenda

Prática de compostagem humana troca caixão tradicional por recipiente que acelera a decomposição do corpo. Será que a moda pegaria por aqui?

"Compostagem humana" é a nova tendência em enterros nos EUA; entenda

Imagem: Pixabay/Divulgação

Cinco estados dos EUA legalizaram um novo método de destino para cadáveres: a compostagem humana.  Além do enterro ou cremação, agora os mortos poderão virar “solo utilizável” na Califórnia, Colorado, Oregon, Vermont e Washington. Nova York também discute a entrada nesta lista. 

Os defuntos que escolhem em vida pela compostagem humana passam por uma “cerimônia de deposição” parecida com os funerais tradicionais. A diferença é que o corpo não vai para um caixão comum, mas para um recipiente cercado por materiais naturais, como lascas de madeira e alfafa. 

Assim, a decomposição do corpo é muito mais rápida – o processo todo leva cerca de um mês. Depois, o resultado é um metro cúbico de solo de matéria vegetal composta. Praticamente um adubo de gente morta. 

“Ao controlar a proporção de carbono, nitrogênio, oxigênio e umidade, a compostagem humana cria o ambiente perfeito para micróbios e bactérias benéficas prosperarem”, disse a Recompose, a primeira casa funerária especialista no assunto, de Seattle, ao site Axios

Na prática, os microrganismos ganham um “empurrãozinho” para digerir toda a matéria orgânica e, assim, transformar o solo. Tudo o que não é orgânico, como próteses e implantes dentários, é retirado do defunto antes do enterro. 

De volta à terra (literalmente)

Quando a decomposição é concluída, a empresa funerária testa como estão os nutrientes da terra e, se tudo estiver dentro dos conformes, doa o solo para organizações de conservação ambiental

Os familiares também podem ganhar uma parte do solo. Eles têm a escolha de guardá-lo em uma urna ou usá-lo em um jardim, por exemplo. 

“Por um lado, este solo é muito especial para as pessoas que ficaram”, explicou a fundadora da Recompose, Katrina Spade. “Mas, por outro lado, é apenas terra. E, por isso, pode ajudar na conservação de mata nativa”. 

Custos financeiros e ambientais 

A empresa cobra US$ 7 mil – mais de R$ 36 mil no câmbio atual – para coletar o corpo, fazer a compostagem e doar o solo. No Brasil, uma cremação custa entre R$ 2,5 mil e R$ 10 mil. Já um enterro fica entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil. Os valores dependem bastante dos serviços escolhidos. 

Até agora, a Recompose já decompôs mais de 200 defuntos. Quase 1,2 mil compraram pacotes adiantados para a própria morte. 

Apesar de estranho, a compostagem humana combina com as crescentes preocupações ambientais com o avanço da crise climática global. O método economiza quase 1,2 tonelada métrica de carbono em comparação com enterros ou cremações tradicionais. 

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