Computação quântica? Nosso cérebro já usa esse recurso faz tempo
Os cientistas chegaram longe com os supercomputadores, mas esses ainda não superam o cérebro humano. Há coisas que as máquinas não são capazes de fazer, como tomar decisões ou aprender novas informações sem serem programadas.
Ao mesmo tempo, pesquisadores sugerem que o órgão e o maquinário podem ter muito em comum, a começar pela computação quântica. Um estudo publicado no Journal of Physics Communications sugere que o cérebro já utiliza essa ciência há tempos.
Para entender a pesquisa, é necessário saber um pouco mais sobre o emaranhamento ou entrelaçamento quântico, definido pela interação entre dois sistemas. Além disso, é preciso conhecer a teoria da gravidade quântica, que busca conciliar no domínio quântico a aplicação da interação gravitacional.
E antes que você se perca nas palavras difíceis, vale entender que o termo “quântico” nada mais é do que uma forma de definir fenômenos da natureza de caráter submicroscópicos. Falamos aqui, principalmente, de moléculas, átomos, elétrons e prótons.
E vamos à teoria. Pense em três sistemas: dois conhecidos e um terceiro desconhecido. Os cientistas acreditam que, caso os dois primeiros interajam com o terceiro, esse último necessariamente será também um sistema quântico. Embora o sistema desconhecido não possa ser estudado diretamente, seus efeitos podem ser observados, como na gravidade quântica.
Chegamos assim ao estudo realizado por cientistas do Trinity College Dublin, na Irlanda. A equipe analisou como os spins de prótons da água do cérebro (fluido que se acumula no órgão) interagiam com sistemas desconhecidos. As análises foram feitas a partir de ressonâncias magnéticas.
Com isso, os pesquisadores observaram sinais semelhantes aos potenciais evocados por batimentos cardíacos, que não costumam ser detectáveis pela ressonância magnética. A equipe acredita que eles só apareceram porque houve o emaranhamento dos spins, sugerindo a interação quântica.
Segundo os cientistas, essas funções cerebrais também foram correlacionadas ao desempenho da memória de curto prazo e à consciência, o que sugere que esses processos quânticos são uma parte importante da cognição e consciência.