Computação quântica? Nosso cérebro já usa esse recurso faz tempo

Cientistas irlandeses mostraram como a computação quântica pode estar presente no cérebro humano; entenda o estudo
Computação quântica? Nosso cérebro já usa esse recurso faz tempo
Imagem: Uriel SC/Unsplash/Reprodução

Os cientistas chegaram longe com os supercomputadores, mas esses ainda não superam o cérebro humano. Há coisas que as máquinas não são capazes de fazer, como tomar decisões ou aprender novas informações sem serem programadas. 

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Ao mesmo tempo, pesquisadores sugerem que o órgão e o maquinário podem ter muito em comum, a começar pela computação quântica. Um estudo publicado no Journal of Physics Communications sugere que o cérebro já utiliza essa ciência há tempos. 

Para entender a pesquisa, é necessário saber um pouco mais sobre o emaranhamento ou entrelaçamento quântico, definido pela interação entre dois sistemas. Além disso, é preciso conhecer a teoria da gravidade quântica, que busca conciliar no domínio quântico a aplicação da interação gravitacional.

E antes que você se perca nas palavras difíceis, vale entender que o termo “quântico” nada mais é do que uma forma de definir fenômenos da natureza de caráter submicroscópicos. Falamos aqui, principalmente, de moléculas, átomos, elétrons e prótons.

E vamos à teoria. Pense em três sistemas: dois conhecidos e um terceiro desconhecido. Os cientistas acreditam que, caso os dois primeiros interajam com o terceiro, esse último necessariamente será também um sistema quântico. Embora o sistema desconhecido não possa ser estudado diretamente, seus efeitos podem ser observados, como na gravidade quântica.

Chegamos assim ao estudo realizado por cientistas do Trinity College Dublin, na Irlanda. A equipe analisou como os spins de prótons da água do cérebro (fluido que se acumula no órgão) interagiam com sistemas desconhecidos. As análises foram feitas a partir de ressonâncias magnéticas.

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Com isso, os pesquisadores observaram sinais semelhantes aos potenciais evocados por batimentos cardíacos, que não costumam ser detectáveis pela ressonância magnética. A equipe acredita que eles só apareceram porque houve o emaranhamento dos spins, sugerindo a interação quântica.

Segundo os cientistas, essas funções cerebrais também foram correlacionadas ao desempenho da memória de curto prazo e à consciência, o que sugere que esses processos quânticos são uma parte importante da cognição e consciência.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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