Eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais recorrentes e, como consequência, podem desencadear picos nos preços dos alimentos. Estudos mostram que as ondas de calor estão pressionando a oferta de comida e dificultando a vida da população no mundo.
Isso acontece pois as mudanças climáticas têm o potencial de afetar a produção e os preços dos alimentos ao longo do tempo. A chamada “inflação do calor” já é sentida em todo o mundo.
Atualmente o preço está 10% acima da média móvel dos últimos cinco anos, afirma a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
Segundo uma previsão da Organização Meteorológica Mundial, vai acontecer um aumento de 1,1-1,8 graus Cº na temperatura média anual global para 2023-2027 em relação à média de 1850-1900.
Com a probabilidade de exceder 1,5 C acima dos níveis pré-industriais, eventos climáticos extremos tendem a se tornar mais dramáticos e frequentes.
De acordo com relatório do Hyundai Research Institute, no segundo semestre de anos que vivenciam ondas de calor intensas, observa-se um aumento de aproximadamente 0,2 pontos percentuais da inflação em relação ao primeiro semestre.
Além disso, a geografia da produção de alimentos está mudando à medida que o mundo aquece. Regiões antes inóspitas estão se tornando aptas para cultivo, como a Sibéria e partes da Europa.
Em março, o Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), que avalia a variação mensal dos preços internacionais de produtos alimentícios, atingiu um recorde de 159,7 pontos.
Como as ondas de calor se formam?
Uma onda de calor ocorre quando temperaturas máximas acima da média sazonal persistem por alguns dias.
Normalmente, a origem das ondas de calor está ligada à persistência de sistemas de alta pressão intensa, que podem resultar em bloqueios atmosféricos.
Dentro desses sistemas de alta pressão, o ar desce da atmosfera superior para a inferior, sendo comprimido e aquecido durante esse processo.
Consequentemente, o ar quente fica retido próximo à superfície, formando uma espécie de cúpula ou domo de calor.