A DoNotPay desenvolveu um algoritmo de inteligência artificial um tanto diferente. O advogado robô presta consultoria jurídica e está prestes a defender seu primeiro réu, uma pessoa processada por excesso de velocidade. A empresa não divulgou muitos detalhes sobre o caso para proteger a identidade do cliente.
A companhia foi fundada em 2015 e é especializada no desenvolvimento de soluções de inteligência artificial para assistência jurídica. Os softwares da empresa são destinados para ocorrências de sanções aplicadas de maneira automática, como é o caso das multas trânsito, por exemplo.
Este caso é um marco para a DoNotPay, já que será a primeira vez que “o primeiro robô advogado do mundo” prestará assistência jurídica em um julgamento real. No julgamento, a IA irá ouvir toda a acusação e depois, através de um ponto eletrônico, irá dizer exatamente o que o réu deve falar perante o juiz.
O algoritmo foi treinado com uma base de dados de casos semelhantes e é capaz de elaborar as respostas mais adequadas. Além disso, a empresa garante que a IA foi treinada exaustivamente para se distanciar dos fatos e não mentir, o que poderia resultar em implicações mais graves com a justiça.
De acordo com a empresa, o método empregado pelo software é capaz de vencer maioria dos casos, no entanto, caso o cliente da empresa não vença o processo, a DoNotPay garantiu que pagará a multa aplicada pelo departamento responsável pela regulamentação e fiscalização do trânsito nos Estados Unidos.
A punição é de US$ 16, mas este julgamento é encarado como um teste e pode servir para convencer potenciais clientes para contratarem os serviços da empresa. “São apenas US$ 16 que revertemos, mas esse é o trabalho perfeito para IA – quem tem tempo a perder esperando por US$ 16?”, afirmou Joshua Browder, CEO da DoNotPay, em conversa com o New Scientist na última semana.
Browder ainda acredita que seu software pode substituir os advogados, já que o custo é bem menor.
“Ainda terão muitos bons advogados por aí argumentando no Tribunal Europeu de Direitos Humanos, mas muitos profissionais estão cobrando muito dinheiro para copiar e colar documentos. Acho que eles serão substituídos, e eles precisam ser substituídos”