Conheça o diretor que ressuscitou as carreiras de Mickey Rourke e Brendan Fraser

Darren Aronofsky já dirigiu longas como “Cisne Negro”, “Noé”, “Réquiem para um Sonho”, “Mãe!” e “Fonte da Vida”
Darren Aronofsky
Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

O cineasta Darren Aronofsky é o responsável por trazer de volta aos holofotes o ator Brendan Fraser no longa “The Whale” (“A Baleia” em tradução livre). O astro foi ovacionado no Festival de Veneza, e se emocionou ao ganhar o prêmio Tribute Actor durante o Festival de Cinema Internacional de Toronto. Com isso, Fraser se credencia a um dos principais candidatos ao próximo Oscar.

Aronofsky é conhecido por ressuscitar as carreiras de outros atores. Além de diretor, também é roteirista e produtor, e já recebeu aclamação da crítica, mas ao mesmo tempo gerou controvérsia por seus filmes muitas vezes surrealistas e perturbadores.

Sua estreia como diretor aconteceu no suspense psicológico surrealista “Pi” (1997). O filme de baixo orçamento, cerca de US$60 mil, estrelado por Sean Gullette, foi vendido para a Artisan Entertainment por US$ 1 milhão e arrecadou mais de US$ 3 milhões; Aronofsky ganhou o Prêmio de Direção no Festival de Cinema de Sundance de 1998 e um Independent Spirit Awards para o Melhor Primeiro Roteiro.

Aronofsky fez carreira pegando estrelas estabelecidas e brincando com suas personas. Em “Réquiem para um Sonho” (2000), ele lembrou o público do poder de Ellen Burstyn ao apresentá-la como uma mulher idosa viciada em pílulas dietéticas. O longa, baseado no romance de mesmo nome de Hubert Selby, Jr., obteve críticas positivas e recebeu uma indicação ao Oscar pelo bom desempenho da protagonista. Por outro lado, a obra também gerou controvérsia devido a uma cena de sexo explicito, e acabou sendo lançada sem classificação.

Já em “Cisne Negro” (2010), ele explorou o lado mais sombrio de Natalie Portman, tocando nela para interpretar uma bailarina implacavelmente ambiciosa.  Esse é longa de Darren Aronofsky que recebeu mais aclamação da crítica e muitos prêmios, sendo nomeado a cinco Oscar de 2011 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor (Aronofsky), Melhor Fotografia, Melhor Montagem e Melhor Atriz (Natalie Portman), vencendo esta última. O diretor recebeu indicações ao Globo de Ouro e ao Prêmio do Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos para Melhor Diretor.

Darren Aronofsky mostrou vontade de apostar em talentos que foram deixados de lado pela indústria do entretenimento. Afinal, este é o mesmo diretor que ajudou a projetar o retorno de Mickey Rourke com “O Lutador” (2006), embora ele descarte comparações entre a situação de Rourke e a de Fraser.

“Com Mickey, havia muita energia negativa em torno dele por causa do dedo do meio que ele deu à indústria”, disse Aronofsky à Variety. “Brendan era amado, mas ele simplesmente não teve essa oportunidade de mostrar todos esses lados. Trata-se de conseguir o papel certo no momento certo como ator.”

Com o mais recente “The Whale”, Aronofsky encontrou um artista em Fraser que estava ansioso para se esforçar física e emocionalmente. Depois de ficar de lado por anos, Brendan estava preparado para lembrar a Hollywood o que eles estavam perdendo.

Brendan Fraser em The Whale (Divulgação)

Para mostrar isso na tela, Aronofsky e Fraser se comprometeram a se esforçar ao máximo. “Nós não sairíamos de uma cena a menos que estivéssemos exaustos”, disse o diretor. Para o filme, o ator precisou vestir um traje protético enquanto se movia pelo apartamento que vive no filme, sempre auxiliado por um andador ou cadeira de rodas.

A transformação do ator é impressionante. Um artigo da Vanity Fair relatou que Fraser carregava um peso extra que variava entre 22 a 136 kg durante as filmagens. Além disso, o personagem é severamente limitado em mobilidade. Por isso, várias pessoas estavam sempre à disposição para ajudar Fraser a se levantar, sentar, conduzi-lo pelos 70 degraus entre o estúdio e a sala de maquiagem. No início da produção, o astro passava de cinco a seis horas em uma cadeira de maquiagem, todos os dias, para se tornar Charlie.

Em “The Wale”, Fraser dá vida a Charlie, um professor de inglês obeso que dá cursos online e que adquiriu o hábito de comer compulsivamente após uma desilusão amorosa — algo que já começa a cobrar seu preço na saúde. Charlie vive a dor da perda do amor de sua vida, seu ex-aluno Alan, com quem viveu um relacionamento após deixar a esposa e a filha Ellie (Sadie Sink), que tinha na época um ano de idade. Agora, ele irá buscar se reconectar com a filha adolescente e reparar seus erros do passado.

“A Baleia” é baseado na obra de mesmo nome de Samuel D. Hunter, que também escreve o roteiro. Além de Fraser e Sadie Sink (“Stranger Things”), o elenco conta com Hong Chau (“Watchmen”), Samantha Morton (“The Walking Dead”) e Ty Simpkins (“Jurassic World”) no elenco.

Produção do A24, estúdio responsável por sucessos como “Hereditário” (2018) e “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” (2022), “A Baleia” ainda não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros.

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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