Uma startup de São Francisco, nos EUA, desenvolveu um torresmo vegano que imita quase que perfeitamente a gordura da carne animal – exceto pelo fato de que ele é à base de plantas.
O produto, que recebeu o nome de PhytoFat, reúne óleos vegetais, água e aromatizantes que imitam as carnes bovina ou suína. O resultado é um torresmo com pururuca e suculência de dar água na boca.
Michelle Lee e Jen-Yu Huang, cofundadores da startup Lypid, experimentaram a versão beta de um hambúrguer vegano durante a pós-graduação na Universidade de Cornell. Mas eles não gostaram muito do que comeram: sentiram que a carne poderia ser mais atrativa.
A partir daí, começaram a trabalhar no desenvolvimento de gorduras à base de plantas com altos pontos de fusão. Foi então que chegaram à tecnologia de microencapsulação, na qual pequenas gotículas de óleo são envolvidas por um revestimento, formando uma cápsula.
Essas gotículas de gordura minúsculas se tornam capazes de estruturar todo o produto para que ele se comporte como gordura animal.
“O óleo de coco derrete quando você o cozinha, então haverá uma poça de óleo”, explicou Lee. “Nossa gordura suporta altas temperaturas de cozimento, então quando você a incorpora a um produto, ela permanece ali dentro”.
Segundo Lee, as gorduras que passam pelo microencapsulamento têm menos gorduras saturadas que as de origem animal.
Pururuca e tudo
O torresmo vegano chama a atenção, pois realmente se parece com um alimento com carne animal. Quando cozido, ele ganha a forma de uma barriga de porco, com a maciez das camadas de gordura e a crocância do lado de fora – aspecto que chamamos de “pururuca” no Brasil.
É interessante porque as gorduras vegetais se comportam diferente da contraparte animal, especialmente no ritmo do cozimento. Enquanto o óleo de coco, por exemplo, derrete a 25,5º C, a gordura de porco precisa chegar a 60º C para se espalhar.
Mas a startup só criou o torresmo vegano para mostrar como o PhytoFat pode ser incorporado nos produtos. Por enquanto, a Lypid vende a inovação como um ingrediente para empresas de alimentos, como hambúrgueres à base de plantas e restaurantes.
“Como estamos fornecendo nosso produto como um ingrediente, pode haver muita criatividade em torno disso”, pontuou Lee.