Pesquisadores encontraram um corredor oculto na Grande Pirâmide de Gizé, o sarcófago mais antigo e popular do Egito. A estrutura fica perto da entrada principal e se estende por nove metros, disseram as autoridades egípcias.
A descoberta veio através do projeto Scan Pyramids, que usa termografia infravermelha, simulações 3D e imagens de raios-X para espiar o que existe dentro da pirâmide. As conclusões foram publicadas na revista científica Nature nesta quinta-feira (2).
Para identificar o corredor, cientistas usaram a técnica radiografia de múons de raios cósmicos. A técnica em questão funciona como uma radiografia de raios X, mas usa no lugar os múons, partículas que se parecem com elétrons. Depois, recuperaram as imagens com ajuda de uma amostra das pedras da pirâmide, retirada via endoscópio de 6 milímetros de espessura das paredes da estrutura.
A hipótese dos arqueólogos é que a obra da pirâmide tenha incluído o corredor para distribuir o peso em torno da entrada principal, que fica a sete metros de distância. Outra possibilidade é que ele dê acesso a outra sala ainda não descoberta.
“Vamos continuar nossa varredura para ver o que podemos encontrar da pirâmide”, disse Mostafa Waziri, chefe do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, sobre o corredor da Pirâmide de Gizé.
Outras descobertas
Já se sabe que pelo menos cinco salas do topo da câmara funerária foram construídas para redistribuir o peso da estrutura. Mas é possível que o faraó tivesse mais de uma sala em sua homenagem, afirmou Waziri.
Em 2017, pesquisadores da Scan Pyramids anunciaram a descoberta de uma sala vazia de pelo menos 30 metros quadrados no interior da Pirâmide de Gizé. Foi a primeira grande estrutura interna encontrada desde o século 19.
A construção da Grande Pirâmide de Gizé ocorreu durante o reinado do faraó Khufu, ou Quéops, por volta de 2560 a.C. Originalmente, a estrutura tinha 146 metros de altura, mas está com 139 metros. Até 1889, ano da construção da Torre Eiffel, em Paris, foi a estrutura mais alta já feita por humanos.