Corujas de pedra de 5 mil anos podem ter sido esculpidas por crianças

Descoberta traz uma nova perspectiva sobre os pequenos e suas brincadeiras nas sociedades europeias pré-históricas
Corujas de pedra de 5 mil anos de idade podem ser obra de crianças
Imagem: Estação Biológica de Doñana do Conselho Superior de Investigação Científica (EBD-CSIC)/Reprodução

Pesquisadores espanhóis sugerem que corujas de ardósia que datam da Idade do Cobre podem ter sido fabricadas por crianças. A informação traz uma nova perspectiva sobre os pequenos e suas brincadeiras nas sociedades europeias pré-históricas.

Milhares de placas decoradas foram encontradas em túmulos por toda a Península Ibérica. Por conta disso, as peças foram associadas no passado a oferendas, com os cientistas sugerindo que elas tenham sido utilizadas em rituais funerários. 

A equipe, diz, no entanto, que o fato das crianças terem feito as esculturas não exclui seu uso nos rituais funerários. Os pequenos podem ter criado os amuletos de coruja para honrar os mais velhos. O estudo completo, assinado por cientistas da da Estação Biológica de Doñana do Conselho Superior de Investigação Científica (EBD-CSIC), foi publicado na revista Scientific Reports.

Os objetos de pedra datam entre 5,5 e 4,7 mil anos atrás. Segundo os cientistas, é possível que as crianças tenham utilizado ferramentas pontiagudas feitas de quartzo ou cobre para criar padrões em pedra e representar a ave.

A equipe analisou 100 peças e as comparou com o mesmo número de desenhos feitos por meninos e meninas com idades entre 4 e 13 anos. Foram identificadas diversas semelhanças, sugerindo que os pequenos do passado fizeram as corujas durante atividades lúdicas. 

Buracos no topo das placas levaram pesquisadores a pensar anteriormente que as peças haviam sido penduradas por barbantes. Agora, a equipe sugere que os buracos serviram para as crianças colocarem penas do animal e simularem sua plumagem. 

A ideia não é totalmente aceita pela comunidade científica, já que não há provas concretas de que os menores fizeram a arte. Além disso, céticos sugerem que as placas em formato de coruja deveriam ser ainda mais comuns quando considerado que as crianças eram maioria na comunidade. No entanto, as placas similares a aves representam apenas 4% do total já encontrado.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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