Museu encontra crânio humano de verdade em obra de taxidermia de 150 anos

Já se sabia que a exibição continha dentes humanos, mas, até o ano passado, funcionários achavam que esses eram os únicos restos mortais

Por mais de um século, o diorama taxidérmico “Arab Courier Attacked by Lions” (“Carteiro Árabe Atacado por Leões”, em tradução livre) tem sido exposto no Carnegie Museum of Natural History, em Pittsburgh. Retratando um homem em um camelo lutando contra leões bárbaros, a exibição bizarra intrigou (e causou repulsa em) várias gerações de visitantes. Durante todos esses anos, no entanto, a peça conseguiu manter um segredo perturbador.

whatsapp invite banner

• Ötzi, o presunto de 5 mil anos, já fazia presunto
• Como viver próximo à inanição pode estender nossas vidas

Durante restauração iniciada no ano passado, uma tomografia computadorizada revelou que, assim como o camelo e o leão, o cavaleiro da obra foi construído com materiais “naturais”. Neste caso, um crânio humano de verdade.

“O manequim é apenas um manequim… exceto pelo crânio”, afirmou a conservadora do museu Gretchen Anderson, em entrevista ao The Tribune Review. “É por isso que o rosto humano é tão preciso.”

Criada pelo taxidermista francês Edouard Verreaux em 1867 e comprada pelo industrialista Andrew Carnegia para o museu em 1899, a “Arab Courier Attacked by Lions” tinha dentes humanos, como já se sabia há algum tempo. Entretanto, até o ano passado, funcionários do museu acreditavam que a obra não continha mais restos humanos.

Por mais estranha que essa descoberta do museu possa parecer, ela não vem inteiramente sem precedentes. Em 1831, Verreaux e seu irmão Jules notoriamente taxidermizaram um africano do povo San, conhecido como “El Negro of Banyoles”, cujo corpo esteve em exposição no Museu Darder, na Espanha, até 1997.

Normalmente, o museu consideraria a opção de levar os restos mortais a seu país de origem para que sejam enterrados (como aconteceu com “El Negro” em 2000), mas funcionários afirmam que mesmo um teste de DNA seria insuficiente para oferecer as informações necessárias.

“Não podemos repatriar os restos com as informações que temos até agora”, disse Anderson. “Mas esperamos continuar nossa pesquisa, particularmente com os recursos de arquivos franceses, que nos deram vários novos insights sobre a história do diorama.”

[The Tribune Review, Pittsburgh Post-Gazette]

Imagem do topo: Facebook/Carnegie Museum

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas