Croácia tira o Brasil com craque fumante que percorreu 71 km na Copa

Marcelo Brozovic, que compartilha nas redes sociais seu gosto por fumar cigarro "de vez em quando", já correu mais de 71 quilômetros nesta Copa. E contando.
Imagem: Reprodução/Instagram

Cerca de 70% do planeta Terra é coberto por água. Os outros 30%, quem cobre é Marcelo Brozovic! Um dos pilares do meio-campo da Croácia — que frustrou o Brasil nos pênaltis das quartas-de-final da Copa 2022 nesta sexta-feira (9) –, Brozovic se destacou no Mundial pela correria, cobrindo mais campo do que qualquer outro atleta do torneio.

O jogador croata de 30 anos é o que correu a maior distância nesta Copa até agora. Nos quatro primeiros jogos, Brozovic acumulou 56,2 km percorridos — sem ser substituído nenhuma vez.

No empate em 1 a 1 com o Brasil, o meia da Internazionale de Milão saiu de campo aos 8 minutos do 2° tempo da prorrogação, após incríveis 15,5 km percorridos. Sendo assim, já ele passa da marca dos 71,7 km. E contando.

A efeito de comparação, o brasileiro Lucas Paquetá, que faz uma função parecida com a do croata e foi substituído no intervalo da prorrogação, correu 12,9 km.

No jogo entre Croácia e Japão pelas oitavas de final, que também foi para a prorrogação, Brozovic bateu o recorde de distância percorrida numa Copa num único jogo: 16.639 metros. Como destacou esta reportagem do Globo Esporte, Brozovic foi o que mais registrou corridas de alta velocidade durante as oitavas de final, com 235 piques entre 20 e 25 km/h.

Brozovic quebrou o próprio recorde: na Copa da Rússia, de 2018, ele já tinha corrido 16,3 km no jogo contra a Inglaterra pela semi-final — que, quem diria, também foi para o tempo extra.

E não dá nem mesmo para dizer que Brozovic estaria motivado pelo amor à pátria e correndo mais do que de costume por estar defendendo as cores croatas. Isso porque o jogador foi também o que mais percorreu quilômetros por jogo ao longo da temporada 2021/22 da Serie A italiana.

Haja pulmão, não é mesmo?

Falando em pulmão, vai aí um fun fact sobre o jogador croata. Brozovic é fumante e faz piada nas redes sociais dizendo que gosta de dar uns tragos “de vez em quando”. Duvida? Só dar uma passada rápida por seu Instagram.

O fumo no esporte de alto rendimento

Vendo os números de Brozovic e comparando-os com suas fotos com o cigarrão na boca, uma pergunta se torna inevitável: como é possível um atleta de alto rendimento não ter prejuízos na sua capacidade pulmonar — e, mais que isso, liderar estatísticas de distância percorrida — enquanto fumantes de longa data costumam ter dificuldades até para subir escadas?

Bem, existe o preparo físico, é claro: ainda que um pulmão fumante tenda a ter capacidade menor de receber e bombear oxigênio pelo corpo, estamos falando de um super atleta de 30 anos, ainda no auge de sua vitalidade. Não sabemos, também, com que frequência Brozovic fuma. Se for algo casual, como ele registra no Instagram vez ou outra, o impacto tende a ser menor, é claro.

Mas pode ser o caso, também, de uma certa predisposição genética. Este estudo britânico de 2015, feito pela Medical Research Council, agência de pesquisa do governo inglês, investigou o assunto. Analisando 50 mil fumantes, o levantamento indicou que mutações no DNA podem aprimorar funções pulmonares e dar aquela mascarada nos efeitos do tabagismo.

Pessoas com certos genes, dessa forma, teriam menos risco de desenvolver a chamada doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que pode causar falta de ar, tosse e infecções. Em entrevista à BBC, o professor da Universidade de Leicester Martin Tobin, explicou que esses também genes parecem afetar a maneira com que os pulmões respondem aos danos do cigarro.

Na partida de semifinal, se mantiver o ritmo dos primeiros jogos, Brozovic deve ser o primeiro a completar duas maratonas (84 km) em campo. Quer ele tenha ou não uma genética privilegiada, convenhamos, é bem provável que isso aconteça. Correria e gosto por prorrogações, afinal, é algo que já faz parte do futebol croata.

Guilherme Eler

Guilherme Eler

Editor-assistente do Giz Brasil, são-carlense e vascaíno. Passou pelas redações de Superinteressante, Guia do Estudante e Nexo Jornal.

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