A Curiosity encontrou uma rocha bem complexa em Marte, e ela dá pistas sobre o passado do planeta

O time da NASA responsável pela sonda Curiosity encontrou uma grande pedra em Marte que é composta por dezenas de camadas sedimentares. Batizada de “Strathdon”, a descoberta sugere que a área que está sendo explorada pela sonda é mais complexa do ponto de vista geológico em relação a outros locais – dá pistas sobre o […]

O time da NASA responsável pela sonda Curiosity encontrou uma grande pedra em Marte que é composta por dezenas de camadas sedimentares. Batizada de “Strathdon”, a descoberta sugere que a área que está sendo explorada pela sonda é mais complexa do ponto de vista geológico em relação a outros locais – dá pistas sobre o passado do planeta.

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Durante os últimos meses, a Curiosity vem explorando uma região chamada “unidade portadora de argila” dentro da Cratera Gale. Essa área, localizada ao longo da encosta do Monte Sharp, possuía lagos e riachos, cujos restos aparecem agora sob a forma de depósitos minerais de argila.

Ao explorar esta região, os cientistas esperam ter uma dica do passado de Marte, numa época que o Planeta Vermelho foi capaz de manter água líquida na superfície – e possivelmente até vida.

Recentemente, o rover da NASA encontrou uma grande rocha composta por dezenas de camadas sedimentares. Denominada “Strathdon” pela equipe da Curiosity, a rocha quebradiça parece um baclava gigante, com as nervuras onduladas e em camadas.

Essas características, de acordo com a NASA, apontam para a presença de um ambiente dinâmico, no qual o vento ou a água corrente – ou possivelmente ambos – constituíram esta região marciana com características geológicas distintas.

“Estamos vendo uma evolução no ambiente dos antigos lagos registrada nessas rochas”, disse Valerie Fox, da Caltech, investigadora co-líder da investigação dessa região com a Curiosity, em um comunicado à imprensa da NASA.

“Não se tratava apenas de um lago estático. Ele está nos ajudando a passar de uma visão simplista de Marte, onde víamos tudo passando do molhado para o seco. Em vez de um processo linear, a história da água era mais complicada”.

“Strathdon”, capturada pela Mastcam da Curiosity. Imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS

Em 9 de julho de 2019, a Curiosity tirou uma foto de Strathdon usando sua Mastcam (trata-se da imagem acima). A NASA ajustou a imagem para mostrar como a rocha e a areia seriam se estivessem sob condições normais da luz do dia na Terra.

Uma segunda foto (abaixo) tirada no dia seguinte com o instrumento Mars Hand Lens Imager (MAHLI) – uma câmera fixada no braço robótico da Curiosity – mostra a rocha a uma distância de 10 centímetros.

Um close de “Strathdon”. Imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS

Algumas semanas antes, enquanto a Curiosity estava explorando a região dentro da unidade portadora de argila, a rover parou e tirou um panorama 360 graus enquanto permanecia ao lado de um afloramento rochoso chamado Teal Ridge. A imagem foi tirada em 18 de junho e também foi corrigida para mostrar a cena sob condições de iluminação semelhantes às da Terra.

Mesmo depois de sete anos em Marte, a Curiosity ainda está descobrindo coisas novas e inesperadas. Seu sistema de energia nuclear deve durar mais alguns anos, para que possamos antecipar com alegria muitas mais descobertas no futuro.

Em breve teremos outro rover trabalhando na superfície marciana, já que o desenvolvimento do Mars 2020 está progredindo muito bem.

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