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De gigante dos games a empresa tóxica: a crise da Ubisoft

Em meio a denúncias de abuso, a empresa enfrenta êxodo de desenvolvedores. Demissões começam a afetar projetos.

Imagem: Unsplash/Reprodução

Não é de hoje que a Ubisoft, desenvolvedora de games famosos como Assassin’s Creed, Far Cry e For Honor, enfrenta uma grave crise que tem minado a reputação da empresa.

Após alguns lançamentos de games considerados medianos nos últimos anos, a empresa francesa também se vê envolvida em uma série de denúncias de abusos internos e má conduta sexual.

Tudo começou em meados de 2020 no início do movimento #MeToo, quando mulheres e pessoas negras, principalmente, começaram a revelar a atmosfera de sexismo e assédio nos estúdios da Ubisoft.

Primeiros processos

Os primeiros processos judiciais começaram a pipocar em maio deste ano, acusando a empresa de manter um ambiente tóxico e fazer um esforço mínimo para mudar a situação.

Conforme revelou a Axios, por mais que a empresa tenha tentado fazer mudanças, dezenas de desenvolvedores deixaram a Ubisoft nos últimos 18 meses, inclusive nomes importantes que assinaram jogos famosos, como Far Cry 6 ou Assassin’s Creed Valhalla, o que pode comprometer o futuro dessas franquias.

Segundo fontes da Axios, essas demissões já estão afetando outros projetos futuros da empresa. Tanto é que a desenvolvedora afirmou recentemente que tem vagas abertas para programadores trabalharem no remake de Splinter Cell.

Crise em todo o mundo

A crise na Ubisoft está afetando sedes da empresa no mundo todo, inclusive os grandes e normalmente crescentes estúdios canadenses.

Segundo o Linkedin, somente em Montreal e Toronto, 60 trabalhadores saíram da Ubisoft nos últimos seis meses. Um dos desenvolvedores que deixaram a empresa chegou a afirmar que ficou decepcionado ao ouvir de seus chefes que eles deveriam “seguir em frente” e “olhar para frente”, enquanto ignoravam as reclamações e preocupações dos funcionários.

Além do desconforto com a forma como a Ubisoft lidou com o ambiente tóxico, os desenvolvedores reclamam de salários baixos, frustrações com direção criativa, além do fato de existir uma abundância de oportunidades mais competitivas no mercado de trabalho.

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