Funcionários da Ubisoft apoiam movimentos contra assédio na indústria de games

A Activision Blizzard pode ter sido a primeira grande empresa a ganhar os holofotes, mas com certeza não será a única.
Imagem: Divulgação/Ubisoft

Por meio de uma carta aberta, cerca de 500 funcionários e ex-funcionários da Ubisoft (desenvolvedora e publisher de jogos) prestaram solidariedade aos trabalhadores da Activision Blizzard. Conforme um representante relata ao portal Axios, o grupo exige manifestação dos próprios líderes e pede por mudanças sistêmicas em toda a indústria de videogames.

Em tradução livre, um trecho da carta:

“Ficamos parados e observamos, enquanto vocês despediam apenas parte dos infratores públicos. Vocês deixavam o resto renunciar – ou pior, os promoviam, movendo de estúdio em estúdio, equipe em equipe, dando-lhes uma segunda chance após a outra, sem repercussões. Este ciclo precisa parar.”

A carta da Ubisoft propõe que a empresa, a Activision Blizzard e outros estúdios importantes trabalhem juntos para “definir regras e processos para lidar com os relatórios” dos assédios. A colaboração deve “envolver fortemente os funcionários em cargos não administrativos e representantes sindicais” e, para eles, isso seria “essencial” para garantir que os líderes do movimento sejam os mais afetados pelas mudanças.

A gota d’água foi justamente o ocorrido com a Activision Blizzard, processada pelo estado americano da Califórnia, que tratou-a como um “terreno fértil para o assédio e a discriminação contra as mulheres”. Por sua vez, os funcionários da Blizzard estão em greve, protestando contra as ações questionáveis de seus empregadores. Logo, isso atraiu apoio de toda a indústria, com muitos deles pedindo aos fãs que boicotassem games como Call of Duty, World of Warcraft e Overwatch durante este período.

Não é a primeira vez que a Ubisoft fica em primeiro plano quando o assunto é assédio, pois há pouco mais de uma semana surgiu outro caso, quando a empresa recebeu uma queixa via Solidaires Informatique Jeu Vidéo, o sindicato de trabalhadores franceses.

Ela foi direcionada a funcionários e ex-funcionários, como o antigo diretor criativo Serge Hascoët e o ex-VP editorial Tommy François. Antes disso, soube-se que pelo menos 25% dos funcionários da empresa seriam alvo de assédio sexual, bullying e outros abusos em ambiente de trabalho.

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Com títulos anuais e uma dezena de lançamentos nos próximos meses, a Ubisoft está avaliada em 4,5 bilhões de dólares, segundo estimativas do mês de julho.

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