Derretimento da Antártica pode desacelerar corrente oceânica dramaticamente, diz relatório
Os fluxos de águas profundas que impulsionam as correntes oceânicas podem diminuir em 42% até 2050. O problema está ligado aos efeitos do aquecimento global na Antártica, segundo sugere um estudo publicado na revista Nature.
Segundo cientistas da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, a culpa é das mudanças climáticas, que estão promovendo o derretimento de geleiras e aumentando a quantidade de água doce no oceano.
Há uma explicação. O movimento descendente de água salgada, fria e densa em direção ao fundo do mar na região antártica impulsiona parcialmente as correntes oceânicas da Terra.
No entanto, conforme as calotas polares derretem e enchem o oceano de água doce, a água do mar se torna menos salgada e densa, levando a uma diminuição do movimento descendente.
Isso é bastante negativo pois as correntes oceânicas carregam calor, oxigênio e nutrientes ao redor do globo. Basicamente, uma série de fatores que permite a evolução da vida no planeta.
Além disso, há a questão do carbono. O oceano é capaz de absorver dióxido de carbono da atmosfera. Porém, há um limite de absorção. Se a água não circular, o carbono ficará parado e não será possível absorver mais do poluente, intensificando o aquecimento global.
Para chegar a tais conclusões, os cientistas realizaram simulações com base na queima de combustíveis fósseis vista atualmente. Eles acreditam que os impactos na produtividade da superfície terrestre começarão a ser observados em algum momento entre 2050 e 2100.