Pesquisadores conseguem desbloquear um Galaxy S6 com digitais de homem morto
Recentemente, ficamos sabendo que a polícia dos EUA pediu que uma equipe de especialistas criasse dedos baseados nas digitais de um homem morto. A ideia era desbloquear o smartphone do cara e ter pistas de seu assassinato. Pois bem, eles conseguiram ter acesso ao aparelho, que no caso era um Galaxy S6, da Samsung.
• A polícia quer imprimir as digitais de um cara morto para desbloquear um smartphone
• Claro que não havia nada de mais no iPhone que o FBI desbloqueou
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (1°) pela Universidade do Estado de Michigan. Lá, a equipe do professor Anil Jain conseguiu o feito de desbloquear o smartphone com sucesso, baseando-se apenas em um registro de impressões digitais da polícia.
Testando diferentes métodos
Num primeiro momento, a equipe de pesquisadores considerou criar dedos em 2D e 3D baseados nas digitais captadas do homem, quando foi preso em uma ocasião anterior.
“As digitais que eles nos deram eram apenas tinta no papel, e isso não tem uma propriedade condutora”, disse Jain à NPR. “Então, a primeira coisa que tentamos foi imprimir as digitais com um papel especial condutor, como um papel fotográfico.”
Nenhuma das técnicas funcionou. Porém, a equipe do professor Jain resolveu trabalhar em melhorar as réplicas 2D por ser mais barato e mais prático.
O processo de aperfeiçoamento incluiu o uso de um algoritmo que os ajudou a preencher as cristas interrompidas e depressões das digitais do homem morto, para criar um circuito elétrico, da mesma forma que impressões digitais de pessoas vivas têm.
O pesquisador Kai Cao, da equipe do professor Anil Jain, exibe a digital captada pela polícia (esquerda) e a digital melhorada por algoritmo (direita). Foto por Derrick L. Turner/Michigan State University
De acordo com Jain, os leitores de impressão digital de smartphones precisam detectar uma espécie de atividade elétrica para desbloquear o aparelho. Por essa razão, inclusive, alguns dedos danificados não conseguem destravar o aparelho.
“Sorte nossa que este telefone não tinha um código para ser digitado após falhar algumas vezes o desbloqueio com digitais. Isso permitiu que a gente testasse diferentes impressões digitais que foram digitalmente melhoradas”, explicou o professor.
Melhorias para sistemas futuros
Após o feito, Anil Jain espera que as fabricantes de smartphone melhorem seus sistemas de segurança. “Tomara que as companhias tenha visto o que conseguimos fazer e melhorem seus sistemas de desbloqueio de ataques simples como este.”
O caso é emblemático, pois coloca em xeque um sistema de segurança que sempre foi vendido como o mais seguro. É importante lembrar que ele foi facilitado pelo fato de o aparelho em questão ser de uma vítima que já estava morta, e não um suspeito. A 5ª emenda da Constituição dos EUA protege os cidadãos do país de não produzirem provas contra si.
Apesar de todo o esforço, o professor não sabe se o desbloqueio ajudou ou não a solucionar o crime.
Mesmo assim, é assustador saber que existe essa possibilidade de acesso. Não custa nada incluir algum mecanismo adicional de senha numérica no seu aparelho.
[Fusion, NPR e Universidade do Estado de Michigan]
Foto do topo: Os pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan: Sunrpee Arora (esq.), Anil Jain (centro) e Kai Cao (direita) posam com réplicas 3D e 2D com papel condutivo para desbloquear um aparelho parecido com o do homem morto. Crédito: Derrick Turner/Michigan State University