Após evidências recentes em rochas na Escócia, uma nova descoberta reforça ainda mais a teoria de que a Terra virou uma “bola de neve” há cerca de 700 milhões de anos. Acredita-se que o fenômeno foi global, com o gelo chegando, até mesmo, à região equatorial do planeta.
Especulações antigas e novas descobertas apontam para o período glacial da Terra, mas, agora, geólogos da Universidade de Boulder, no Colorado, nos EUA, descobriram a primeira evidência física sobre o fenômeno.
Em um estudo publicado na segunda-feira (11), os cientistas detalham a descoberta de rochas apelidadas “Tavakaiv” nas montanhas do Colorado, afirmando que esses sedimentos têm evidências do passado glacial da Terra.
Rochas antigas como evidências da Terra “bola de neve”
Para chegar a tal conclusão, os cientistas usaram uma técnica de datação espectrométrica que usa laser nos minerais para liberar seus átomos. Com isso, os cientistas descobriram que as rochas estavam no subsolo há cerca de 690 milhões de anos.
Esse período sugere que elas estavam abaixo da superfície devido ao peso das gigantes geleiras que estavam acima. “Essas são características geológicas clássicas que se chamam injectitos. Eles se formam debaixo de algumas camadas de gelo, incluindo as da atual Antártida”, Liam Courtney-Davies, co-autor do estudo.
As datas das rochas batem com o período da glaciação Sturtiana, o nome do período glacial que cobriu o planeta de gelo. Além disso, o geólogo destaca que a nova evidência não apenas reforça a tese da Terra “bola de neve”, mas também será útil para ajudar outros cientistas a compreender esse período geológico de 700 milhões de anos atrás.
Aliás, quando essa era do gelo chegou ao fim, os primeiros organismos multicelulares começaram a surgir nos oceanos do nosso planeta.
“A vida evoluiu junto com o clima. Todas essas coisas aconteceram durante a disrupção da Terra bola de neve. Por isso, precisamos caracterizar melhor todo esse período para entender como nós e o planeta evoluímos juntos”, afirmou Courtney-Davies.