Os cientistas recuperam o DNA de uma espécie já extinta. Então, o recombinam e realizam a fertilização in vitro. Um animal parecido com o primeiro é escolhido para levar o feto, dando vida novamente a antiga espécie. Parece até roteiro de filme de ficção científica, mas são planos reais levantados pela Universidade de Melbourne, na Austrália.
Os pesquisadores planejam trazer de volta à Terra o tigre-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus), cujo o último registro data de 1933. O animal era um marsupial, como o coala e o canguru, o que significa que ele possuía uma bolsa para carregar seus filhotes. A espécie foi declarada extinta em 1980.
Agora, os cientistas estão trabalhando com a Colossal Biosciences, uma empresa americana com foco na “desextinção”. A equipe possui DNA de tigre-da-Tasmânia preservado, o qual foi utilizado para realizar o sequenciamento do genoma.
Mas esse DNA não será usado para originar o novo animal. Na verdade, ele serve apenas para comparação. O material oficial deve ser retirado de espécies próximas existentes, passando posteriormente por edições genéticas.
Neste caso, os pesquisadores pretendem utilizar amostras de dunnarts-de-cauda-grossa, que são pequenos roedores australianos. O animal será utilizado ainda para gestar a espécie extinta, já que os marsupiais dão a luz a filhotes do tamanho de um grão de arroz. Depois, o recém nascido pode ser transferido para bolsas artificiais, onde completará seu desenvolvimento.
Os cientistas esperam gerar o primeiro tigre-da-Tasmânia em dez anos e, eventualmente, devolver o animal à natureza. Eles também estão coletando tecidos de espécies vulneráveis para o seu biobanco, garantindo que os animais poderão ser “desextintos” caso necessário.
A Colossal Biosciences tem planos ainda maiores para o futuro. Eles pretendem devolver o mamute lanoso à tundra siberiana, embora o animal seja hoje praticamente um estranho para os humanos. De toda forma, o marsupial por si só já parece um bom ponto de partida.