Inspirado no ChatGPT, o desenvolvedor Enias Cailliau criou o GirlfriendGPT para recriar sua namorada usando inteligência artificial. O projeto de código aberto — ou seja, acessível a qualquer pessoa –, permite que as pessoas criem versões virtuais de suas parceiras com suas personalidades.
O chatbot envia mensagens de voz e selfies sob demanda pelo Telegram. Desde o lançamento do código no GitHub, mais de 500 pessoas marcaram a página, segundo o site Motherboard. No futuro, o desenvolvedor pretende criar uma versão masculina do modelo.
Enquanto outros chatbots com propostas semelhantes, como o CarynAI da influenciadora Caryn Marjorie, tem custos elevados – a dela de US$ 1 por minuto -, Cailliau decidiu fazer diferente. Vale lembrar que o bot de Marjorie gerou mais de $ 70.000 na primeira semana de lançamento.
“Estou obcecado com o Large Language Model (LLM) da OpenAI e com o que ele pode fazer. Então, vi como uma tonelada de projetos de namoradas de IA surgiram com alguns recursos interessantes. A maioria deles é de código fechado. Isso me fez querer construir uma versão de código aberto para que todos pudessem construir a sua própria”, disse.
Como foi feito o GirlfriendGPT
Para fazer o bot, o desenvolvedor criou uma estrutura de modelo de linguagem grande para refletir a personalidade de sua namorada, a influenciadora Sacha Ludwig. Ele usou o chatbot Bard do Google para descrever sua personalidade.
Na sequência, usou o software de conversão de texto em fala ElevenLabs para imitar a voz. Então, adicionou ao código uma ferramenta de selfie conectada ao modelo de texto para imagem Stable Diffusion para gerar fotos. Por fim, ele conectou tudo ao Telegram pelo aplicativo Steamship.
Falhas e futuro do chatbot
A voz, entretanto, ainda não soa como a de Sacha, mesmo após o treinamento. A ferramenta de geração de selfie também apresenta falhas, como em uma vez em que gerou uma selfie com excesso de membros, por exemplo. Mesmo assim, o GirlfriendGPT ainda se mostra fiel à realidade. “Enviei o bot para minha família e todos disseram ‘Nossa, ele responde como você.'”, disse Sacha.
Futuramente, Cailliau pretende incorporar memória de longo prazo para melhorar as conversas e lembrar as preferências do usuário. Além disso, ele também está trabalhando em uma infraestrutura que registra o que as pessoas estão dizendo para sua namorada virtual. De acordo com ele, a ideia é ver se estão fazendo “alguma coisa estranha”.
Segundo Cailliau, o motivo de usar namorada como modelo é pela familiaridade com seu comportamento. Sacha aprovou a ideia. “Enias tem falado sobre companheiros de IA há semanas, então achei legal que ele quisesse tentar me clonar em vez de algum influenciador aleatório online”, disse.
Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.
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