Em 2012, uma equipe formada por pesquisadores do mundo todo fez uma viagem de campo até a formação Huincul, na Patagônia Argentina. O que eles não esperavam era encontrar uma nova espécie de dinossauro logo no primeiro dia de exploração.
Os fósseis foram estudados durante a última década, sendo só agora descritos na revista Current Biology. O animal do Cretáceo recebeu o nome de Meraxes gigas. Ele foi caracterizado como um dos espécimes mais completos já descoberto para a família dos Carcarodontossauros – do latim “lagartos com dentes de tubarão”.
Mas o que realmente chamou a atenção dos pesquisadores foram os braços minúsculos do predador. Nesse quesito, o animal lembrava o famoso Tiranossauro rex, conhecido também por sua mordida mortal e membros diminutos.
De acordo com os cientistas, apenas o crânio de M gigas media cerca de 1,5 metro de comprimento. Em contrapartida, seu braço tinha menos que a metade do comprimento do osso de sua coxa.
Nem sempre foi assim. Espécies anteriores de Carcarodontossauros tinham os membros alongados, o que sugere que os bracinhos foram diminuindo ao longo da evolução. Pesquisadores já encontraram uma relação entre os grandes crânios e os pequenos braços, que parece explicar o que aconteceu ao longo dos anos.
Os grandes dinossauros, como o T. rex e também o M. gigas, usavam apenas sua mandíbula poderosa para caçar as presas. Braços alongados poderiam ter atrapalhado na hora dos embates, sendo quebrados ou feridos.
A explicação é válida, se não fosse pelo fato de que a espécie contava com músculos nos membros. Isso sugere que eles estavam sendo usados de alguma forma, embora a finalidade seja a peça final do quebra-cabeça que se perdeu na história.