Estudo mostra presença de umbigo em dinossauro de 100 milhões de anos
O umbigo é o ponto de conexão entre o embrião e seu sistema de nutrição. Esse último pode ser o próprio organismo da mãe, no caso de mamíferos, ou o ovo, para os répteis e aves.
Nos humanos e até para algumas espécies de pombo, a cicatriz umbilical fica para sempre. Em outros animais, ela some alguns dias após o nascimento. Até então, os cientistas pensavam que a segunda opção era a comum para dinossauros.
Mas um estudo recém publicado na revista BMC Biology muda esse entendimento. No artigo, cientistas descrevem um espécime de psitacossauro como o primeiro dinossauro conhecido com umbigo.
O fóssil do animal foi descrito pela primeira vez em 2002, mas a tecnologia da época não permitiu que os cientistas chegassem tão longe em seu estudo. Em 2021, esse mesmo animal provou aos cientistas que dinossauros tinham um orifício traseiro conhecido como cloaca.
Agora, os paleontólogos inspecionaram seu abdômen e acharam seu umbigo. Diferente dos humanos, o espécime nomeado SMF R 4970 não tinha um buraco na barriga, mas sim uma linha de escamas com um padrão diferente daquelas espalhadas por seu corpo.
De acordo com os pesquisadores, o psitacossauro morreu próximo de sua maturidade sexual. Ou seja, não era um bebê, o que sugere que a cicatriz umbilical persistiu durante sua vida adulta. No entanto, os cientistas ainda não sabem explicar por que este dinossauro do Cretáceo Inferior (entre 145 e 100 milhões de anos atrás) têm umbigo e outros animais não.
O SMF R 4970 está armazenado no Instituto de Pesquisa Senckenberg, ligado ao Museu de História Natural de Frankfurt, na Alemanha. O fóssil conta com esqueleto e tecidos moles em ótimo estado de conservação, o que permitiu seu estudo.