
Documentário “Titanic: A Ressurreição Digital” confirma testemunhos
O documentário “Titanic: A Ressurreição Digital” estreou nesta sexta-feira (11) na rede norte-americana National Geographic, confirmando depoimentos do caso. O documentário deve chegar ao Disney+ a partir deste sábado (12).
O filme é resultado da expedição de duas semanas da Magellan Ltd em parceria com a Atlantic Products. O projeto realizou uma nova tecnologia de digitalizações 3D em tamanho real que detalhou os destroços. A missão usou os submersíveis Romeu e Julieta para mapear cinco quilômetros do campo do naufrágio. A partir de mais de 715 mil imagens e vídeos em 4K, criaram um navio “gêmeo” digital — quase uma réplica do Titanic.
A produção traz insights da varredura digital do Titanic, confirmando relatos de testemunhas do acidente por meio de pesquisadores como Parks Stephenson.
A varredura revelou, por exemplo, que o gelo que entrou nas cabines, segundo passageiros, pode ter passado por uma vigia quebrada. As testemunhas também disseram que as luzes continuaram acesas até o naufrágio devido aos esforços dos engenheiros. A pesquisa também comprovou isso.
Além disso, a análise confirmou ainda o depoimento do arquiteto naval Edward Wilding, que ajudou a projetar o Titanic. De acordo com ele, o navio não teria naufragado caso a colisão com o iceberg fosse frontal. Isso porque o navio tinha um projeto para se manter navegando caso até quatro de seus compartimentos estanques inundassem. Porém, a batida lateral causou uma série de perfurações ao longo do casco — em seis compartimentos.
Em entrevista ao Arts Technica, Stephenson explicou ainda a cena do filme de 1997 “Titanic“, de James Cameron, em que mostra a popa do navio para fora da água após se separar da proa. Essa versão do ocorrido foi contada por testemunhas, mas questionada por uma simulação computacional em 2023.
Contudo, segundo Stephenson, isso é uma questão de ângulo.
“Uma coisa que não está incluída na maioria das fotos do naufrágio do Titanic é a inclinação para bombordo que ele tinha enquanto afundava”, disse. “A maioria delas mostra o naufrágio com a quilha equilibrada. Então, quando ele se rompeu com uma inclinação para bombordo de cerca de 10 a 12 graus, que reconstruímos a partir de depoimentos de testemunhas oculares, essa popa tendia a virar de lado e afundar dessa forma. O depoimento de testemunhas oculares fala sobre a popa apontando para cima como um dedo apontando para o céu. Se você pegar um ângulo raso e olhar de diferentes direções — se você colocar em um ambiente 3D e colocar botes salva-vidas ao redor e ver a perspectiva de cada bote — há uma perspectiva em que parece que está apontando para cima como um dedo no céu.”