Pessoas que dormem muito são obesas e preguiçosas, certo? Não: deixe essa ideia ultrapassada de lado agora, porque um novo estudo sugere que dormir por menos de sete horas promove influências genéticas associadas ao ganho de peso.
Sabemos já faz algum tempo da existência de influências genéticas que podem contribuir com a obesidade; coisas como o metabolismo de glicose, energia gasta, retenção de ácido graxo e saciedade. Mas um estudo conduzido pela Universidade de Washington buscou ir fundo na questão de como o sono pode afetar essas características genéticas e seu impacto no IMC.
Para isso, os pesquisadores estudaram 1088 pares de gêmeos, analisando seus padrões de sono e características genéticas. Os resultados, publicados na Sleep, mostram que aqueles que dormem menos de sete horas por dia têm duas vezes mais chances de apresentar efeitos genéticos que influenciam o ganho de peso se comparados aos que dormem mais de nove horas.
Não apenas isso, mas as diferenças genéticas têm um efeito real e mensurável. Aqueles que dormem menos de sete horas têm, em média, um IMC mais alto e os pesquisadores atribuem 70% dessa diferença aos efeitos da genética. Falando ao EurekAlert, Nathaniel Watson, um dos pesquisadores, explicou:
“Os resultados sugerem que períodos de sono curtos provêm um ambiente mais favorável para a aparição do gene relacionado à obesidade. Ou talvez o sono prolongado seja uma proteção ao suprimir o surgimento desses genes.”
No fim de tantas “sugestões”, a recomendação é que os métodos convencionais para a perda de peso devem ser combinados com sono extra para serem realmente efetivos. O que acaba sendo uma bela desculpa para dormir um pouquinho mais, claro. [Sleep via EuerkAlert. Foto: Suzanne Tucker/Shutterstock]