Apesar de microscópicos, os tardígrados são famosos pela capacidade de resistir a níveis extremos de radiação — algo que intriga os cientistas por décadas. Um novo estudo, publicado na última edição da revista Science, revelou que a descoberta de uma nova espécie de tardígrados é o segredo para entender por que eles são tão resistentes.
Cientistas de várias universidades da China analisaram o genoma da nova espécie de tardígrados, conhecida como Hypsibius henanensis, descoberta há seis anos. Nas análises, os cientistas identificaram 14.701 genes codificadores de proteína. Destes, 30,2% (ou 4,436) são exclusivos dos tardígrados, de acordo com o estudo.
“Pesquisas sobre diversas espécies de tardígrados identificaram que eles são os animais mais tolerantes à radiação. Os tardígrados apresentam uma resistência a raios gama que chega a 5 mil gy, quase mil vezes mais que o nível letal para humanos”, diz o estudo.
Durante o experimento, os cientistas identificaram três características importantes que podem estar por trás da resistência dos tardígrados.
Uma dessas é o gene DODA1, possivelmente transferido de bactérias, produzindo pigmentos chamados betalaínas, que ajudam a neutralizar as moléculas nocivas da radiação.
Em seguida, os cientistas identificaram que o DNA dos tardígrados se regenera muito mais rápido que o normal graças a uma proteína exclusiva da espécie, a TRID1.
Juntos, os três processos ajudam a proteger os tardígrados dos efeitos perigosos da radiação e são o mecanismo por trás da grande resistência desses minúsculos invertebrados.
Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.
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