Elon Musk queria usar câmeras nos Teslas para espionar motoristas, diz biografia
A recém-publicada biografia de Elon Musk, escrita pelo jornalista Walter Isaacson, já é considerada um dos retratos mais completos da vida empresário. E ela trouxe à tona novos relatos polêmicos sobre a trajetória controversa do bilionário.
Uma das revelações que mais chamaram atenção diz que Musk pressionou a Tesla para usar imagens de câmeras internas de seus veículos como evidência em processos de acidentes envolvendo veículos da marca. Na ocasião, Musk considerava que a maioria dos acidentes eram causados devido à imprudência dos motoristas.
De acordo com o livro, a ideia era utilizar as gravações dos proprietários sem solicitar autorização ou comunicá-los previamente. Os veículos da Tesla possuem uma série de câmeras e sensores com a finalidade alertar motoristas sobre manter a atenção mesmo durante o uso do modo autônomo.
Ao utilizar o “piloto automático” é necessário que o condutor esteja com as mão no volante, caso a regra seja desrespeitada, o próprio sistema do veículo emite notificações alertando para o comportamento de risco. Caso a violação persista, o modo autônomo é desabilitado por segurança, o que força o motorista a se concentrar para utilizar a direção manual.
O plano de Musk ia além de somente utilizar as câmeras em casos de acidentes. O bilionário desejava usar imagens gravadas como provas em qualquer tipo de processo movido contra a montadora.
O plano de gravações sem autorização não foram adiante em razão da resistência de outros executivos da empresa.
A biografia também revela que foi sugerida a implantação do plano com uma modificação, a adição de um aviso de privacidade. Mas, até o momento, nenhuma imagem interna dos veículos foi utilizada em processos que tramitaram na justiça americana.