Em detalhes, veja como foi o pouso da Artemis 1 no Oceano Pacífico

Pouso bem-sucedido da Artemis 1 abre as portas para os planos de longo prazo da NASA de colonização da Lua e de Marte. Assista ao vídeo
Em detalhes, veja como foi o pouso da Artemis 1 no Oceano Pacífico
Imagem: NASA/Divulgação

Após uma viagem de 25 dias ao redor da Lua, a espaçonave Orion retornou à Terra na tarde do último domingo (11). O pouso ocorreu no Oceano Pacífico, encerrando a missão Artemis 1 e dando sinal verde para a retomada dos voos tripulados para a Lua, a partir de 2024.

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O procedimento de pouso começou às 8h20 (horário de Brasília) de domingo, quando os motores auxiliares da nave dispararam por cerca de 8 segundos, para corrigir a sua trajetória. Às 13h00, a Orion se separou com sucesso do seu módulo de serviço — que inclui motores, painéis solares e outros equipamentos de suporte.

Em seguida, a nave realizou uma manobra batizada de “salto de entrada”, quando ela usa a parte mais alta da atmosfera da Terra para “quicar” – como se fosse uma pedra jogada em um lago –, antes de iniciar a descida final.

A NASA explica que esse salto ajuda a desacelerar a nave, garante maior precisão no pouso, diminui os riscos, torna a construção da nave mais barata, além de reduzir as forças G que os futuros astronautas devem experimentar na volta à Terra.

Enquanto atravessava a atmosfera, a cápsula reduziu a sua velocidade de 523 km/h para menos de 32 km/h. Para isso, um conjunto com até 11 paraquedas começou a abrir a 8 km de altitude para desacelerar a Orion para uma velocidade segura para o pouso.

O toque na água ocorreu às 14h40, próximo da Ilha de Guadalupe, na costa do México. Apesar de a nave ter caído corretamente na vertical, sacos laranja cheios de hélio foram inflados no topo da nave, para garantir que ela fique na posição correta para que os sistemas de comunicação funcionem até a sua recuperação.

Enquanto a Orion ainda estava na água, engenheiros realizaram vários testes adicionais, antes de desligar a nave e permitir que ela fosse recuperada. O resgate da cápsula envolveu mergulhadores da Marinha dos Estados Unidos, com a nave sendo içada a bordo do navio militar USS Portland.

A partir daí, a espaçonave seguiu viagem para a Base Naval dos EUA, no estado de San Diego, de onde deverá ser enviada para o Centro Espacial Kennedy, da NASA, na Flórida. Lá, os técnicos vão inspecionar a Orion, recuperando dados a bordo, removendo cargas úteis, entre outros procedimentos.

Apesar de alguns problemas pontuais de comunicação e um pico inesperado de energia, a jornada da Artemis 1 até a Lua foi considerada um “sucesso” pela agência espacial. A transmissão completa do pouso pode ser revista na íntegra no YouTube, por meio do vídeo abaixo:

Quais os próximos passos do programa Artemis?

Com o retorno da Orion, a NASA dá início agora a um estudo minucioso de todos os dados coletados durante a missão, para determinar o quão bem os sistemas se comportaram durante a viagem de ida e volta à Lua.

O trabalho também envolve desmontar a espaçonave para que alguns dos seus componentes sejam reutilizados na Artemis 2. Como a lista de verificações é longa (e demorada), a expectativa é que os preparativos demorem até 27 meses, o que pode colocar o próximo lançamento para o final de 2024 ou início de 2025.

A NASA tem planos de enviar quatro astronautas a bordo da Artemis 2 em uma trajetória ao redor da lua, atingindo uma altitude máxima de 8.889 km acima da superfície lunar. Nesta missão não haverá um pouso programado na Lua.

No ano seguinte, será a vez da Artemis 3. Esta sim terá um pouso na região do Polo Sul da Lua, onde a NASA pretende construir uma futura base lunar sustentável, para missões de longa duração, a partir de 2030. Todo o conhecimento e experiência adquiridos durante essas missões na Lua também serão aproveitados em futuras missões tripuladas para Marte, na próxima década.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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