Ciência

Empresa alemã lança foguete movido a cera de vela

Além do uso em velas, a parafina pode ser usada como um combustível alternativo mais barato e seguro para foguetes
Imagem: HyImpulse/Reprodução

A empresa alemã HyImpulse conseguiu lançar um foguete movido a cera de vela capaz de transportar satélites comerciais em um voo suborbital. A companhia realizou o teste pela primeira vez.

“Estamos sinalizando a proeza da Alemanha como nação espacial e expandindo o acesso da Europa ao espaço”, disse o presidente-executivo da HyImpulse, Mario Kobald, em comunicado na última sexta-feira (3).

O foguete de teste de 12 metros e 2,5 toneladas, apelidado de “SR75”, decolou às 2h (horário de Brasília) de um local de lançamento em Koonibba, no sul da Austrália.

De acordo com a empresa, ele capaz de transportar pequenos satélites pesando até 250 kg a uma altitude de até 250 km. O foguete é alimentado por parafina, ou cera de vela, e oxigênio líquido. Veja, no vídeo:

A parafina pode ser usada como combustível alternativo mais barato e seguro para foguetes, a fim de reduzir os custos do transporte por satélite em até 50%, segundo a HyImpulse.

A empresa, que tem 65 funcionários e foi desmembrada da Agência Espacial Alemã DLR, disse que já tinha encomendas de transporte por satélite no valor de 100 milhões de euros (R$ 545 milhões).

Próximos passos para o foguete

A Hyimpulse pretende expandir-se à medida que a procura por satélites comerciais cresce. Além disso, prevê vendas anuais no valor de 700 milhões de euros (R$ 3,8 bilhões) até 2032.

Assim, até o final do próximo ano, a empresa planeja lançar o “SL-1”, um foguete maior e de vários estágios. Ele será capaz de lançar satélites pesando até 600 kg em órbitas baixas da Terra.

Como ocorre a queima da parafina na vela

A parafina tem átomos de carbono conectados. Estes átomos, por sua vez, tem átomos de hidrogênio ao seu redor. Por isso, por ser um hidrocarboneto, a parafina permite a queima total da mesma.

Dessa forma, ao acender uma vela, a chama presente no pavio faz com que a parafina se aqueça rapidamente e se torne líquida. Assim, é a partir deste momento que a parafina passa a ser um combustível para o pavio, deixando-o sempre úmido e com a chama acesa.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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