A empresa de implantes cerebrais do bilionário Elon Musk, Neuralink, disse nesta quinta (25) que recebeu aprovação da FDA (Food and Drug Administration, a Anvisa americana) para lançar seu primeiro estudo clínico em humanos.
Fundada em 2016 em São Francisco (Califórnia), a Neuralink pretende desenvolver um chip cerebral que, espera-se, poderá ajudar pessoas com paralisia a andar e curar outras doenças neurológicas. Por enquanto, a empresa vem testando sua tecnologia em animais – experimentos que, segundo denúncias de funcionários, não vão nada bem.
Segundo informações cedidas à Reuters, a empresa já matou pelo menos 1,5 mil animais, incluindo mais de 280 ovelhas, porcos e macacos. Os experimentos com os implantes cerebrais estariam sendo conduzidos de maneira apressada e causando mortes e sofrimento desnecessários.
A empresa, que também foi acusada de transportar ilegalmente patógenos perigosos, está sob investigação federal aberta pelo Departamento de Agricultura dos EUA. A investigação se concentra em violações da Lei de Bem-Estar Animal americana, que rege como os pesquisadores tratam e testam animais. A Neuralink nega ter abusado de suas cobaias.
No início de 2022, a FDA rejeitou um pedido da Neuralink para testar sua tecnologia em humanos, descrevendo “dezenas de questões” que a empresa precisava resolver. Na época, a agência tinha preocupações de segurança referentes à bateria de lítio dos implantes cerebrais; ao potencial dos minúsculos fios do implante migrarem para outras áreas do cérebro e à possibilidade do dispositivo ser removido sem danificar o tecido cerebral.
Elon Musk previu pelo menos quatro vezes ao longo de 2019 que sua empresa logo iniciaria testes em humanos. A última declaração destas aconteceu em dezembro, quando ele disse que a etapa estava a seis meses de começar – uma previsão finalmente acertada, caso a autorização da FDA seja real.
A Neuralink também disse que o recrutamento de voluntários para os testes em humanos ainda não está aberto e que anunciará mais informações em breve.