A empresa groenlandesa Arctic Ice enviou, este ano, seu primeiro contêiner com cerca de 22 toneladas de gelo de Nuuk, na região da Groenlândia, para venda em bares e restaurantes de Dubai.
De acordo com a Arctic Ice, o negócio é uma forma de aproveitar um recurso natural, criando oportunidades econômicas e aumentando a consciência sobre o Ártico. No entanto, muitos discordam do argumento. Comentários nos vídeos da startup no Instagram criticam o impacto da venda no planeta.
O atuação da empresa se dá através da busca de icebergs que se destacaram do manto de gelo e que são mais claros — e, portanto, mais antigos e puros, segundo Malik V. Rasmussen, co- fundador do negócio.
Eles então transportam o gelo para um navio com um guindaste, o cortam em pedaços menores e o colocam em caixotes isolados. Os icebergs também são testados em laboratório para detectar micro-organismos ou bactérias.
Em entrevista à CNN, a cientista Jennifer Francis, do Woodwell Climate Research Center, alerta para a possível poluição do gelo “por fontes naturais, como fumaça de incêndios florestais, poeira ou mesmo cinzas de erupções vulcânicas”. Além disso, ela acredita que “ninguém poderia dizer a diferença de sabor entre o gelo glacial e o gelo não glacial”.
A empresa, por sua vez, afirma que tem planos para substituir os navios movidos a combustíveis fósseis por híbridos ou movidos a bateria e remover três vezes mais poluição de carbono da atmosfera do que emite, mas sem informar prazos.
Segundo Rasmussen, as vantagens do gelo glacial são seu “pouco ou nenhum sabor”, que não afeta o gosto das bebidas à medida que derrete, bem como um derretimento mais lento.
Saiba como é possível evitar o derretimento do gelo na Groenlândia segundo estudo. Leia mais no Giz Brasil.