Após quase dois meses de buscas, equipes de resgate do Chile localizaram na última quinta-feira (10) o corpo do astrônomo britânico Thomas Marsh, de 60 anos. Ele estava desaparecido desde o último dia 16 de setembro.
Segundo o jornal inglês The Sun, o corpo estava localizado a cerca de cinco quilômetros do Observatório Astronômico de La Silla, instalado no deserto do Atacama. “Lamentamos dar esta triste notícia e expressar nossas condolências à sua família e amigos”, disseram as autoridades.
Marsh era astrofísico da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e tinha viajado ao Chile como um astrônomo visitante pelo ESO (Observatório Europeu do Sul). Ele foi visto pela última vez no observatório, desaparecendo sem deixar pistas.
Como ele gostava de fazer trilhas, uma das principais suspeitas é que, após a visita ao observatório, ele tenha tentado iniciar uma caminhada pelos arredores do monte La Silla, onde teria se perdido.
Durante as intensas buscas – que envolveram cães, drones e aviões –, foram encontrados pertences de Marsh pelo deserto, como roupas e uma garrafa de água. Segundo o noticiário local Diario El Día, o corpo foi encontrado em um local de difícil acesso, sendo necessário o uso de cordas para removê-lo.
Uma das hipóteses levantadas pelas autoridades chilenas é que ele pode ter sofrido algum tipo de acidente durante a caminhada, como torcer o pé e cair. O local é rochoso e íngreme, cheio de desníveis e declives, sendo fácil perder a noção de direção.
Investigações preliminares apontam que ele teria morrido há 55 dias – apenas um após ter desaparecido. A polícia chilena também investiga a possibilidade (mesmo que baixa) da participação de terceiros na morte de Marsh.
No início deste mês, a esposa do astrônomo, Felicity Marsh, e seus dois filhos viajaram até o Chile para acompanhar as buscas.
Marsh foi o fundador do grupo de astronomia e astrofísica da Universidade de Warwick e fazia pesquisas sobre sistemas estelares contendo anãs brancas, estrelas de nêutrons e buracos negros. Ele recebeu a medalha Herschel da Royal Astronomical Society, em 2018, por ter desenvolvido uma nova técnica de observação astronômica, chamada de “Tomografia Doppler”.