Dinossauro achado no Chile tem 74 milhões de anos e usava cauda como arma

O fóssil é um tipo novo de anquilossauro, que foi batizado Stegouros elengassen. É a primeira evidência confirmada de que dinos do tipo viviam na América do Sul
Dinossauro chileno
Imagem: Mauricio Álvarez, Universidad de Chile/Reprodução

Pesquisadores da Universidade do Chile descobriram uma espécie de dinossauro bastante peculiar: ela tinha dois metros de comprimento, altura similar a de um cachorro e uma cauda repleta de ossos laminados — que, provavelmente, era usada como arma. 

Seus fósseis foram encontrados em 2018 na província de Magallanes, na Patagônia chilena. De acordo com os pesquisadores, o animal habitou o local há mais ou menos 74 milhões de anos, durante o final do período Cretáceo. O novo dinossauro foi descrito em um estudo publicado na revista científica Nature na última quarta-feira (1)

Os paleontólogos ficaram impressionados com a preservação do material. Praticamente todos os ossos do grandalhão foram encontrados, e a parte de trás de seu corpo estava intacta e totalmente articulada, o que incluía seu rabo exótico. A cauda, aliás, também chamou muito a atenção: ela era curta demais para um dinossauro e, ao mesmo tempo, possuía uma série de ossos crescendo na pele, que formavam uma arma peculiar. 

A traseira do dinossauro levou os cientistas a pensarem que se tratava de um estegossauro, mas análises posteriores revelaram que o espécime era, na verdade, um anquilossauro. É uma descoberta notável, especialmente se considerarmos que a existência de anquilossauros na América do Sul ainda não havia sido confirmada

Pesquisadores encontraram os fósseis praticamente intactos, incluindo a cauda curiosa. Imagem: Felipe PoGa, Universidade do Chile/Reprodução

O estudo também revelou algumas diferenças entre o anquilossauro do sul e aqueles já descobertos no Hemisfério Norte. Por lá, os animais tendem a ser maiores, possuem armaduras mais pesadas e também membros mais grossos.

A nova espécie foi nomeada como Stegouros elengassen. O primeiro nome significa “cauda coberta” em grego, enquanto o segundo vem da língua Aonikenk, dos povos originários da Patagônia, e se refere a uma fera mitológica que utilizava armadura. O dinossauro era herbívoro e plantas fossilizadas encontradas na região revelam que ele vivia em um clima quente, bem diferente da Patagônia que conhecemos hoje.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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