Erupção de vulcão em Tonga foi centenas de vezes mais forte que bomba atômica de Hiroshima
Pesquisadores da NASA começaram a estudar o vulcão Hunga-Tonga-Hunga-Ha’apai em 2015. A ideia era entender detalhes sobre a formação da superfície de Marte a partir do comportamento desta ilha vulcânica. Consequentemente, os cientistas estavam a postos para agir quando sua erupção ocorreu, no dia 15 de janeiro de 2022.
Com base na resistência da rocha, altura da nuvem de fumaça lançada na atmosfera, entre outros fatores, os pesquisadores puderam estimar a quantidade de energia liberada na erupção.
O número, divulgado pelo Observatório da Terra da NASA, equivale a algo entre 4 e 18 megatons de TNT. A fins de comparação, isso é algumas centenas de vezes mais forte do que a explosão resultante da bomba nuclear lançada em Hiroshima, no Japão, pelos EUA durante a Segunda Guerra Mundial — estimada em 13 a 15 kilotons.
Mesmo assim, essa ainda não pode ser descrita como a erupção mais potente de todas. O vulcão Krakatoa, por exemplo, liberou cerca de 200 megatons de energia quando entrou em erupção no ano de 1883.
De toda forma, a erupção de Tonga teve efeitos catastróficos. O evento gerou ondas de tsunami de até 15 metros, além de ter jorrado material vulcânico a uma altura de 40 quilômetros. Foram relatadas três mortes, diversas ilhas do arquipélago ficaram sem comunicação e centenas de casas foram destruídas. Nestas imagens de satélite, é possível ver as consequências do fenômeno.
Toda a população de Tonga, que gira em torno de 100 mil pessoas, está sendo impactada pela escassez de alimento e falta de água potável, já que tais recursos foram inutilizados pelas cinzas. Agora, forças de defesa japonesas, neozelandesas e australianas estão fornecendo ajuda de emergência.
Até o momento, o país estava livre da Covid-19. Por conta disso, os protocolos de saúde estão sendo seguidos de forma ainda mais rígida, para evitar a contaminação de locais.
Os impactos não se restringiram às cerca de 170 ilhas de Tonga. Na verdade, o som da erupção pôde ser ouvido no Alasca, a mais de 9 mil quilômetros de distância. Além disso, dois banhistas se afogaram no Peru devido às enormes ondas que se formaram após o episódio.