Escassez de água pode fazer preço subir em 60% até 2050

Pesquisa revela que procura de água continua a aumentar desenfreadamente em todo o mundo. Brasil também aparece em ranking
Escassez de água pode fazer preço subir em 60% até 2050
Imagem: Reprodução/Pixabay

Essencial para a vida, a disponibilidade de água deve se tornar crítica em mais de 25 países e pode fazer o preço da água subir em 60% até 2050. Os dados são da WIR (World Resources Institute) e foram divulgados na última quarta-feira (16).

O mapa de risco revela que a procura de água continua a aumentar desenfreadamente em todo o mundo, tendo já duplicado desde a década de 1960.

Globalmente, o estudo indica que 4 bilhões de pessoas (metade da população mundial) está exposta anualmente ao stress hídrico extremamente elevado durante pelo menos um mês por ano.

Somente na Europa e nos EUA a procura tem estabilizado. Até 2050, a procura por água em todo o mundo deverá aumentar entre 20% e 25%, calculam os cientistas.

“Viver com esse nível de estresse hídrico põe em risco a vida, o emprego, a alimentação e a segurança energética das pessoas. A água é fundamental para o cultivo e criação de gado, produção de eletricidade e manutenção da saúde humana”, disse a instituição em comunicado.

O que está causando a falta de água?

O relatório aponta que, em todo o mundo, a demanda por água está excedendo o que está disponível. Globalmente, a demanda mais que dobrou nos últimos 60 anos. Além disso, o principal motivo para esta aumento está no crescimento das populações e das indústrias.

Regiões mais delicadas são o Oriente Médio e o Norte da África. Imagem: Pedro França/Agência Senado

“Enquanto isso, a falta de investimento em infraestrutura hídrica, políticas insustentáveis de uso da água ou aumento da variabilidade devido às mudanças climáticas podem afetar o abastecimento de água disponível”, aponta a pesquisa.

Ranking preocupante

No top dos 25 países com maiores chances de falta de água, lideram o Barém, Chipre, Kuwait, Líbano e Omã. O Brasil, por exemplo, ocupa a posição 103, com risco da população enfrentar a escassez de água de médio-baixo (entre 10% a 20%).

As regiões mais delicadas são o Oriente Médio e o Norte da África, onde 83% da população está exposta a um risco de falta de água extremamente alto. Além disso, o Sul da Ásia, que engloba países como Afeganistão, Bangladesh, Butão e Índia, cerca 74% da população está exposta.

“Sem uma melhor gestão da água, o crescimento populacional, o desenvolvimento econômico e as mudanças climáticas estão prestes a piorar o estresse hídrico”, explica a WRI.

O WRI é uma organização não governamental ambientalista e conservacionista, fundada em 1982 e sediada em Washington, nos Estados Unidos.

A organização é independente e conta com um quadro de mais de 450 cientistas, economistas, especialistas em política e analistas estatísticos. A equipe trabalha desenvolvendo e promovendo políticas que visam proteger a Terra e melhorar a vida das pessoas.

Veja o ranking completo

Risco extremamente alto (>80%)

  1. Bahrein
  2. Chipre
  3. Kuwait
  4. Líbano
  5. Omã
  6. Catar
  7. Emirados Árabes Unidos
  8. Arábia Saudita
  9. Israel
  10. Egito
  11. Líbia
  12. Iêmen
  13. Botswana
  14. Irã
  15. Jordânia
  16. Chile
  17. San Marino
  18. Bélgica
  19. Grécia
  20. Tunísia
  21. Namíbia
  22. África do Sul
  23. Iraque
  24. Índia
  25. Síria

Risco alto (40%-80%)

  1. México
  2. Marrocos
  3. Eritreia
  4. Espanha
  5. Argélia
  6. Paquistão
  7. Peru
  8. Turcomenistão
  9. Uzbequistão
  10. Tailândia
  11. Andorra
  12. Albânia
  13. Níger
  14. Turquia
  15. Afeganistão
  16. Itália
  17. Quirguistão
  18. Portugal
  19. Nepal
  20. Djibuti
  21. Mongólia
  22. Macedônia

Médio – Alto (20%-40%)

  1. Armênia
  2. Lesoto
  3. Luxemburgo
  4. Austrália
  5. China
  6. Mauritânia
  7. Guiana
  8. Indonésia
  9. Bangladesh
  10. Estados Unidos
  11. Cazaquistão
  12. Azerbaijão
  13. Coréia do Sul
  14. Sri Lanka
  15. Tadjiquistão
  16. Coréia do Norte
  17. Senegal
  18. Zimbábue
  19. Lituânia
  20. Mianmar
  21. Vietnã
  22. Alemanha
  23. Filipinas

Risco médio baixo (10%-20%)

  1. Japão
  2. El Salvador
  3. França
  4. Tanzânia
  5. Camboja
  6. República Tcheca
  7. Argentina
  8. Uruguai
  9. Venezuela
  10. Timor-Leste
  11. Somália
  12. Suriname
  13. Polônia
  14. Cuba
  15. Burkina Faso
  16. Eslováquia
  17. República Dominicana
  18. Haiti
  19. Holanda
  20. Sudão
  21. Bulgária
  22. Sudão do Sul
  23. Ucrânia
  24. Reino Unido
  25. Moldávia
  26. Sérvia
  27. Canadá
  28. Estônia
  29. Romênia
  30. Bielorrússia
  31. Rússia
  32. Angola
  33. Brasil
  34. Malásia
  35. Guatemala

Risco baixo (<10%)

  1. Etiópia
  2. Dinamarca
  3. Geórgia
  4. Madagascar
  5. Chade
  6. Zâmbia
  7. Liechtenstein
  8. Finlândia
  9. Nigéria
  10. Quênia
  11. Suécia
  12. Malawi
  13. Panamá
  14. Laos
  15. Montenegro
  16. Mali
  17. Equador
  18. Costa Rica
  19. Letônia
  20. Eslovênia
  21. Colômbia
  22. Hungria
  23. Suíça
  24. Bósnia e Herzegovina
  25. Moçambique
  26. Butão
  27. Irlanda
  28. Guiné
  29. Suazilândia
  30. Guiné-Bissau
  31. Áustria
  32. Nicarágua
  33. Uganda
  34. Noruega
  35. Croácia
  36. Bolívia
  37. Honduras
  38. Gana
  39. Belize
  40. Nova Zelândia
  41. Gâmbia
  42. República do Congo
  43. República Democrática do Congo
  44. República Centro-Africana
  45. Camarões
  46. Benin
  47. Togo
  48. Paraguai
  49. Burundi
  50. Brunei
  51. Côte d’Ivoire
  52. Gabão
  53. Guiné Equatorial
  54. Islândia
  55. Jamaica
  56. Libéria
  57. Papua Nova Guiné
  58. Ruanda
  59. Serra Leoa

Assine a newsletter do Giz Brasil

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas