Quanta água o Google está bebendo da Terra?

Relatório do Google esquenta debate sobre impacto ambiental da IA em um momento que o mundo enfrenta mudanças climáticas e falta de recursos
Quanta água o Google está bebendo da Terra?
Imagem: Brett Jordan/Unsplash/Reprodução

Na última semana, o Google publicou um relatório ambiental que apontou que a empresa consumiu 21 bilhões de litros de água em 2022. A expectativa é que, com a ampliação do uso da IA (Inteligência Artificial) generativa em seus produtos, o consumo de água aumente ainda mais.

O número astronômico do consumo de água da companhia representa um aumento de 20% em relação à quantidade que o Google informou no ano anterior. A empresa usa a maior parte da água para resfriar seus data centers.

Como você viu aqui no Giz Brasil, o Google planeja incorporar a IA generativa ao Android num futuro próximo, o que pode ter um impacto massivo no uso dos servidores da empresa.

Pegada ambiental da tecnologia

O relatório levanta o debate sobre o impacto ambiental das big techs, especialmente em um momento que grandes companhias estão em uma corrida em direção ao maior uso das IAs – o que exige maior processamento de dados.

Atualmente, de acordo com a agência UN-Water (“Água das Nações Unidas”), mais de dois bilhões de pessoas não têm acesso a água potável. A organização estima que uma em cada quatro pessoas no mundo pode viver em um país afetado pela escassez crônica de água doce até 2050.

Especialistas como Shaolei Ren, professor associado de engenharia elétrica e de computação da Universidade da Califórnia, alertam que este crescimento na necessidade de servidores para processar tantos dados e, consequentemente, o consumo de água, não é sustentável. “Mesmo com a reposição da água que as empresas consomem, isso apenas faz com que a quantidade de água usada pareça menor, mas a água ainda é consumida”, disse ele ao site Insider.

O caso tornou-se tão crítico que um planejado data center da Google a ser instalado no Arizona, nos EUA, optou por uma tecnologia de resfriamento por ar devido à falta de água na região. Tradicionalmente, os data centers usam o resfriamento de evaporação e vapor de água.

O que o Google diz

O relatório da Google aponta que 82% do uso de água doce usado pela empresa último ano tiveram origem de regiões com “baixo estresse hídrico”. Ou seja, onde há água em abundância.

Para os 18% restantes, diz que está “explorando novas parcerias e oportunidades” para melhorar a saúde das bacias hidrográficas. Contudo, o Google pode enfrentar maior resistência à medida que mais lugares enfrentam escassez de água.

O Google consome água limpa o suficiente para ser usada como água potável. Porém, a empresa diz que pretende reabastecer 120% da água doce que consome em seus escritórios e data centers até 2030. No momento, está abastecendo apenas 6%, de acordo com seu próprio relatório.

Outra empresa que também planeja devolver ao ambiente mais água do que consome é a Microsoft. A gigante também fixou a meta de ser positiva para o consumo de água até 2030.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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