EUA acusam especialista em criptomoeda de ajudar a Coréia do Norte a evitar sanções com o blockchain

Durante uma palestra, Virgil Griffith teria dito à Coréia do Norte como o país poderia usar criptomoedas para obter independência do sistema bancário global.
Captura de tela: Ethereum Foundation

Um guru de hackers de criptomoeda que competiu no King of the Nerds da TBS foi acusado por promotores federais de ajudar a Coréia do Norte a escapar das sanções dos Estados Unidos.

Virgil Griffith disse há mais de uma década que queria “criar pequenos desastres de relações públicas para empresas e organizações que não gosto”, em uma entrevista ao New York Times, que o chamou de “irritante”, “encrenqueiro” e um “homem da internet misterioso”. Na época, ele era conhecido por criar o WikiScanner, uma ferramenta que revela quem edita as páginas da Wikipedia.

Desde então, ele começou a se dedicar a criptomoedas e se tornou um especialista em Ethereum, uma criptomoeda popular no ramo. Como parte desse trabalho, ele palestra em conferências em nome da Ethereum Foundation.

Uma dessas apresentações em abril chamou a atenção de investigadores federais.

Em uma queixa criminal registrada no Distrito Sul de Nova York na semana passada, o Departamento de Justiça alega que, viajando e participando de um evento em Pyongyang, Coréia do Norte, chamado “Blockchain and Peace”, no qual ele falou sobre blockchain e evasão de sanções, Griffith violou a Lei dos Poderes Econômicos de Emergência.

A lei dos EUA proíbe que os americanos forneçam bens, serviços ou tecnologia para a Coréia do Norte sem uma licença do Departamento do Tesouro.

A denúncia afirma que, em seu discurso, Griffith disse à Coréia do Norte como o país poderia “usar essas tecnologias para obter independência do sistema bancário global”.

O procurador dos EUA Geoffrey S. Berman disse em comunicado que as alegações afirmam que “Griffith forneceu informações altamente técnicas à Coréia do Norte, sabendo que elas poderiam ser usadas para ajudar a Coréia do Norte a lavar dinheiro e evitar sanções”.

Segundo a denúncia, Griffith foi à conferência, embora o Departamento de Estado lhe negasse permissão para comparecer. A denúncia ainda alega que um organizador do evento disse à Griffith que ele deveria enfatizar que “os possíveis aplicativos de lavagem de dinheiro e evasão de sanções da criptomoeda e da tecnologia blockchain, e tópicos do tipo, provavelmente teriam maior repercussão” com os participantes.

Após o evento, Griffith planejou ajudar no intercâmbio de criptomoedas entre a Coréia do Sul e a Coréia do Norte, apesar de reconhecer que isso violaria as sanções impostas contra a Coréia do Norte, de acordo com a denúncia.

Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum, defendeu Griffith em uma thread no Twitter, condenando o isolamento econômico dos EUA da Coréia do Norte e minimizando as informações que Giffith supostamente forneceu aos participantes do evento.

“Não acho que o que Virgil tenha dado ao DPRK seja qualquer tipo de ajuda real para fazer algo ruim”, ele tuitou. “Ele fez uma apresentação com base em informações publicamente disponíveis sobre software de código aberto*. Não houve nenhuma aliança estranha de ‘tutoria avançada’”.

Griffith foi preso no Aeroporto Internacional de Los Angeles na última quinta-feira.

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