Dois pesquisadores da Universidade de Oxford resolveram um mistério secular: descobriram por que o ketchup sempre respinga quando a embalagem está quase vazia.
Com modelos matemáticos e experimentos, Chris MacMinn e Callum Cuttle perceberam que tudo está ligado a um complexo sistema de dinâmica de fluídos. Um artigo científico ainda não revisado por cientistas independentes foi publicado site arXiv.
Em resumo, a resistência e força determinam como o molho fluirá para fora da embalagem. Ao apertar uma garrafa de ketchup de plástico, por exemplo, o ar no topo vai se comprimir como uma mola e, assim, empurrar o líquido para fora.
À medida que isso acontece, porém, há uma força do ketchup que “resiste” nas paredes da garrafa. Por isso, se o molho está no fim, o equilíbrio sutil dessas duas forças é interrompido e o ar da garrafa libera todo o potencial como uma mola reprimida, fazendo com que haja uma explosão de ketchup.
“Você precisa comprimir o ar para gerar a força motriz para mover o líquido”, explicou MacMinn em comunicado. “À medida que o líquido flui, a resistência da viscosidade diminui porque há cada vez menos líquido para empurrar”.
Suavidade é o segredo
Ao mesmo tempo, porém, a saída do líquido abre mais espaço para o ar se expandir no tubo, o que diminui a força motriz ao longo do tempo. Na prática, o segredo para evitar que a roupa saia suja após o lanche é apertar a embalagem suavemente.
“Nossa análise revela que o respingo de uma garrafa de ketchup pode chegar ao mínimo: apertar um pouco demais produzirá um respingo em vez de um fluxo constante de líquido”, disse Cuttle.
Os pesquisadores também descobriram que outra forma de evitar a explosão de ketchup é fazer com que os fabricantes usem bicos mais largos e acabar com as válvulas de borracha, bastante comuns nas garrafas de molho.
“Essas válvulas pioram o problema de respingos, forçando você a acumular uma certa quantidade de pressão antes que o molho comece a escapar”, pontuou Cuttle. Por isso, a dica é: quando o ketchup estiver acabando, tire a tampa e esprema o molho pelo buraco maior.
“É senso comum, mas agora existe um argumento matemático para respaldá-lo”, pontuou o pesquisador.
Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps
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