A NASA divulgou um novo mapa interativo que mostra detalhes fascinantes da superfície de Marte. O mosaico foi criado a partir de 110 mil fotos captadas pela sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), coletadas ao longo dos últimos 17 anos.
Segundo a agência espacial, este é o mapa com maior resolução já feito do planeta vermelho. Se alguém o imprimisse, a imagem teria nada menos que 5,7 trilhões de pixels. Haja tinta.
O projeto foi desenvolvido pelo Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos EUA, e levou seis anos e dezenas de milhares de horas para ficar pronto. Com ele, é possível explorar penhascos, crateras de impacto, dunas de areia, bem como leitos de antigos rios.
Inclusive, é possível navegar por regiões que estão sendo exploradas por missões atuais da NASA. Isso inclui as crateras Jezero ou Gale, onde estão os rovers Perseverance e Curiosity, respectivamente.
O mapa é tão detalhado que mais de 120 artigos científicos já o citavam quando ele ainda estava em sua versão beta. Apesar do interesse científico, ele foi criado para ser usado por qualquer pessoa com conexão à internet, através deste link.
“Eu queria algo que fosse acessível a todos. As crianças em idade escolar podem usar isso agora. Minha mãe, que acabou de fazer 78 anos, pode usar isso agora”, afirmou Jay Dickson, o cientista de processamento de imagens que liderou o projeto, em comunicado.
Print do “Global CTX Mosaic of Mars”, ferramenta que permite explorar em detalhes a superfície de Marte
Marte em 3D
Batizado como “Global CTX Mosaic of Mars”, ele mostra quase todo o planeta captado pelas três câmeras da MRO. Uma delas, por exemplo, fornece imagens de características de superfície tão pequenas quanto uma mesa de jantar.
Para criar o mosaico, o Caltech desenvolveu um algoritmo para combinar automaticamente a maior parte das imagens. Porém, cerca de 13 mil fotos tiveram que ser montadas manualmente.
Apesar de ser o mais completo até então, o mapa ainda tem algumas lacunas – principalmente em áreas que não haviam sido fotografadas pela sonda até o início do projeto ou que estavam obscurecidas por nuvens ou poeira.
Além do fim recreativo, o mapa permite aos cientistas ter uma visão mais ampla dos recursos no terreno marciano, bem como estudar novas crateras de impacto.
A NASA financiou o projeto. O objetivo foi desenvolver novas maneiras acessíveis de usar dados coletados durante missões espaciais.
Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.
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