Durante a época de forrageamento, ou seja, o período em que explora a região em busca de alimento, os elefantes-marinhos-do-norte acabam percorrendo longas distâncias pelo Oceano Pacífico. São meses de viagem, que colocam os animais em risco devido a presença de predadores como tubarões e baleias assassinas.
Para evitar virar comida de predador, os mamíferos devem se manter distante da superfície. Eles sobem apenas por períodos de tempo curto para respirar e depois retornam ao fundo do mar. Com uma viagem tão longa e tantos perigos fica a questão: como esses gigantes dormem?
Foi isso que cientistas relataram em um estudo recém publicado na revista Science. Durante as viagens, os animais dormem apenas 2 horas por dia, as quais são picotadas em cochilos de 20 minutos.
A equipe chegou à conclusão após implantar sensores em focas que viviam em laboratório e outras que habitavam o Parque Estadual Año Nuevo, ao norte de Santa Cruz, na Califórnia.
Então, os cientistas documentaram que os animais nadavam de 60 a 100 metros abaixo da superfície. No início, eles se mantem eretos, mas conforme o sono REM se estabelece, os elefantes marinhos viram de cabeça para baixo e descem em espiral em direção ao fundo do mar.
Neste processo, elas acabam descendo centenas de metros de profundidade, ficando abaixo de onde os predadores costumam caçar. O sono dura para valer algo entre 5 e 10 minutos. Depois, os animais nadam novamente até a superfície para respirar, concluindo o processo em cerca de 20 minutos.
Os cochilos, no entanto, só ocorrem durante as viagens oceano a dentro. Quando os elefantes marinhos estão em terra, durante a época de reprodução, dormem por até 11 horas sem se preocupar com predadores. Nada como um noite bem-dormida.