Uma pesquisa da Universidade da Austrália Meridional indica que 60% dos surfistas não têm medo dos tubarões – apesar da maioria deles já ter cruzado com esses peixes gigantes pelo menos uma vez.
Segundo o levantamento, publicado na revista Marine Policy, os surfistas sabem como os tubarões são importantes para o ecossistema marítimo. Por isso, conseguem “abstrair” o estigma de violência que envolve esses animais.
Ao todo, o estudo conversou com 391 surfistas de 24 países, e descobriu que 60% não temem tubarões enquanto fazem suas manobras no mar. Enquanto isso, 52% já viram um tubarão ao surfar.
Outros 44% disseram que ver um tubarão não os impede ou impediria de voltar para a água. Entre os entrevistados, 17% foram mordidos ou conhecem pessoalmente alguém que já foi atacado.
Segundo a pesquisadora e coautora do estudo, Brianna Le Busque, esses dados são importantes para ajudar na conservação de tubarões. Pelo menos 100 milhões de tubarões são mortos todos os anos no mundo. Um quarto das espécies estão na lista das ameaças de extinção.
“As pessoas há muito tempo temem os tubarões, o que não é surpreendente, dado o hype dos filmes modernos de tubarões”, disse a pesquisadora. “Mas representações exageradas influenciam injustamente as pessoas e, como resultado, prejudicam os esforços para conservar esses animais”.
Destruindo preconceitos
Como os surfistas estão nos oceanos com frequência, são agentes importantes para mudar esses preconceitos. “Sabemos que os surfistas entendem o papel que os tubarões desempenham na saúde dos oceanos”, pontuou Le Busque.
“Mas, até agora, a relação entre eles não havia sido pesquisada. Entender essas interações é essencial para o avanço das políticas de conservação de tubarões”.
Como estão no topo da cadeia alimentar, os tubarões contribuem para o controle e a saúde das populações de espécies nos oceanos. Se deixarem de existir, a população de peixes menores explodiria.
Em consequência, tudo que alimenta esses pequenos animais, como plâncton e micro-organismos, por exemplo, também seria extinto, motivo suficiente para desequilibrar o ecossistema marinho.