Estudo desvenda como os mosquitos da dengue acham vítimas no escuro

Cientistas norte-americanos desvendaram o mistério sobre como o mosquito da dengue encontra suas vítimas mesmo no escuro. Em um estudo publicado no último dia 19, os pesquisadores revelaram uma nova característica do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como dengue, febre-amarela e Zika.

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Os cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, descobriram que esses mosquitos conseguem detectar a IV (Radiação Infravermelha) emitida pelo calor corporal humano para localizar suas vítimas. Segundo o estudo, a IV emitida por uma fonte com temperatura similar à da pele humana (34°C) duplicou o interesse dos mosquitos em encontrar uma pessoa para picar.

Para isso, os pesquisadores colocaram fêmeas do mosquito Aedes aegypti em uma gaiola com duas zonas. Ambas com odores humanos e CO2, mas apenas uma exposta à radiação infravermelha.

Assim, os pesquisadores conseguiram confirmar que a detecção de infravermelho aumenta a atividade de busca por hospedeiros. De acordo com o estudo, os mosquitos conseguem localizar as vítimas em uma distância de até 70 cm.

Como o mosquito detecta a radiação para localizar as vítimas

Os cientistas também investigaram como os mosquitos conseguem detectar a IV, já que sua energia é baixa demais para ativar proteínas sensoriais nos olhos.

Os cientistas descobriram que o calor corporal aquece neurônios na ponta das antenas, ativando a proteína TRPA1, sensível à temperatura. Além disso, identificaram duas rodopsinas (Op1 e Op2) que podem ser ativadas em níveis mais baixos de IV e acionar indiretamente o TRPA1.

Desse modo, os mosquitos conseguem atingir o alcance de detecção observado pelo estudo.

Avinash Chandel, principal autor do artigo, explicou que, embora os mosquitos utilizem várias pistas para encontrar hospedeiros, a visão deficiente e a possibilidade de confusão dos sentidos químicos tornam a detecção de infravermelho um método mais confiável.

A IV permite a detecção em curta distância (cerca de 10 cm), sendo que esta emissão é constante em animais de sangue quente.

A descoberta dos cientistas pode ajudar a descobrir novos métodos para controlar populações dos mosquitos. Isso pode ser feito criando armadilhas que imitem o calor corporal humano, reduzindo, assim, a propagação de doenças.