Estudo detalha a calça mais antiga do mundo, confeccionada há 3.300 anos
Uma escavação realizada em 2014 revelou o que parece ser a calça mais antiga do mundo. Quem usava a vestimenta era um homem encontrado em uma tumba na Bacia de Tarim, na China, que deve ter sido enterrado entre 3 e 3,3 mil anos atrás.
Pesquisadores logo estimaram que as calças eram utilizadas para andar a cavalo e deram ao homem o título de “guerreiro”. Um machado enterrado junto ao seu corpo corrobora com a ideia. A múmia ficou conhecida como Turfan Man –referência à cidade chinesa de Turfan, que fica a menos de 50 km de distância do local em que a peça foi encontrada.
Agora, uma equipe formada por designers de moda e arqueólogos do Instituto Arqueológico Alemão em Berlim revelou técnicas empregadas na confecção da calça. No estudo recente publicado na revista Archaeological Research in Asia é possível notar que a fabricação do passado não difere tanto do que temos hoje na indústria têxtil.
Para começar, os cientistas identificaram ligamentos de sarja, em que o fio forma linhas diagonais. Esse é um método durável e muito utilizado hoje na confecção de uniformes militares e ternos, por exemplo. A técnica também permite uma maior flexibilidade ao tecido, tornando-o confortável.
Também foi identificado o uso de tapeçaria, que permitiu a inserção de um pedaço de material mais grosso na região dos joelhos. A técnica, que cruza duas estruturas de fios diferentes, é usada hoje na fabricação de bolsas, encostos de cadeiras, tapetes, entre outros.
Os pesquisadores acreditam que, naquela época, os pastores que fabricavam as calças tiveram que viajar bastante para aprender novas técnicas. Por conta disso, a calça antiga conta com uma variedade de métodos que remetem a diferentes partes da Ásia e suas respectivas tradições. Um verdadeiro sonho de consumo para qualquer brechó.