Estudo expõe apps da Play Store com indicadores de privacidade falsos

Até 80% dos apps mais populares da Play Store têm indicadores de privacidade enganosos. Veja quais os apps que podem divulgar seus dados
Estudo expõe apps da Play Store com indicadores de privacidade falsos
Imagem: Mika Baumeister/Unsplash/Reprodução

Quase 80% dos apps mais populares da Google Play Store têm informações de privacidade falsas ou enganosas. Isso dificulta que consumidores saibam exatamente para onde seus dados vão ao baixar alguns dos 2,7 milhões de apps disponíveis na loja. 

O alerta está em uma pesquisa realizada pela Fundação Mozilla, lançada na quarta-feira (22). O levantamento identificou diferenças nas políticas de privacidade dos aplicativos e nas informações fornecidas por eles no formulário de Segurança de Dados do Google. 

Dois exemplos notórios são o TikTok e Twitter. As informações inseridas por essas redes no formulário enviado ao Google dizem apenas que compartilham dados pessoais com terceiros. 

Ao observar as políticas de privacidade, porém, ambas deixam explícito que enviam informações dos usuários para anunciantes, provedores de serviços de internet, plataformas e diversos outros tipos de empresas. 

Outra brecha no formulário do Google é que a big tech isenta apps de divulgarem que compartilham dados com “provedores de serviço”. Isso é problemático porque não se sabe quais provedores são esses e nem qual a quantidade de dados dos usuários disponíveis. 

Ao mesmo tempo, a empresa da Alphabet se isenta da responsabilidade de verificar se essas informações são verdadeiras. No formulário, afirma que os apps são responsáveis pelas “declarações completas e precisas”. 

Na prática, a falta de verificação do Google na Play Store abre espaço para que os usuários dependam da autorregulação e “boa vontade” dos apps – o que, sabemos, pode não ser uma boa ideia.

Onde está o problema 

O estudo comparou as políticas de privacidade e indicadores dos 20 aplicativos pagos e 20 gratuitos mais populares da Play Store. Eles foram divididos em três categorias. São elas: 

  • Ruim: Apps com grandes discrepâncias nos formulários de segurança enviados ao Google em relação aos tipos e fins dos dados compartilhados ou coletados. 
  • Precisa melhorar: Estão no meio do caminho. Informações não batem totalmente, mas não são 100% enganosos com os consumidores. 
  • OK: Apps têm políticas de privacidade alinhadas com as divulgadas no formulário de segurança do Google. 

Na avaliação, 16 (40%) dos 40 apps analisados receberam a classificação “Ruim”. Entre eles estão o Facebook, SnapChat, Twitter e Minecraft. Veja a lista completa: 

Aplicativos grátis 

Aplicativos pagos 

Pelo menos 15 aplicativos (37,5%) entraram na classificação “Precisa melhorar”. Entre eles estão apps do próprio Google, como YouTube, Google Maps e Gmail. A lista inclui ainda o WhatsApp e Instagram. Veja: 

Apps gratuitos 

  • YouTube
  • Google Chrome: Fast Secure
  • Google Maps
  • Gmail 
  • WhatsApp
  • Instagram
  • Free Fire 
  • TikTok
  • Spotify 
  • Truecaller: Caller ID & Block

Apps pagos 

  • Shadow of Death: Dark Night
  • Bloons TD 6
  • The Room
  • Modern Combat 4: Zero Hour
  • Monument Valley

Só seis dos 40 apps (15%) receberam a nota “OK”. São eles: 

Apps gratuitos 

Apps pagos 

Três aplicativos não entraram na análise pois não preencheram o formulário do Google: UC Browser – Safe, Fast, Private League of Stickman Acti e Terraria

Em 2021, o Play Store recebeu cerca de US$ 48 bilhões em receitas brutas com aplicativos mobile. A recomendação da Mozilla é que tanto Google quanto Apple adotem um formulário universal do sistema de privacidade de dados e que, a partir daí, ampliem suas ações de fiscalização contra os apps fora das regras. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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