Estudo mostra o cérebro no exato momento de uma parada cardíaca

Pela primeira vez, uma equipe internacional de pesquisadores mostrou o que acontece com o cérebro na hora da morte. Confira os relatos
Cérebro
Imagem: Jesse Orrico/Unsplash/Reprodução

Pessoas que passaram por experiências de quase morte relatam ter visto a vida passar diante dos olhos. As descrições, claro, são subjetivas, e intrigam cientistas. Afinal, quando morremos, o que acontece em nosso cérebro? 

Uma equipe internacional de pesquisadores acaba de elucidar essa questão. Pela primeira vez, neurocientistas conseguiram registrar a atividade cerebral no exato momento em que uma pessoa teve parada cardíaca e faleceu. 

O voluntário era um homem de 87 anos com epilepsia. Ele tinha desenvolvido o problema há pouco tempo e estava sendo submetido a constantes eletroencefalogramas para detectar convulsões e tratar o problema. Porém, ele acabou falecendo durante um dos exames.

Isso permitiu aos cientistas medir 15 minutos de atividade cerebral na hora da morte, com foco nos 30 segundos antes e depois do coração parar de bater. O estudo completo foi publicado na revista científica Frontiers in Aging Neuroscience.

Nesse período, foi identificado um aumento nas chamadas oscilações gama. Essas, por sua vez, estão envolvidas em funções cognitivas, como sonhar, meditar, recuperar memórias e processar informações. Também foram vistas alterações nas oscilações delta, teta, alfa e beta.

Anteriormente, tais observações só haviam sido feitas em ratos de laboratório. Nos testes, os animais também tiveram as oscilações gama afetadas, o que sugere uma resposta biológica do cérebro similar entre as diferentes espécies.

O estudo traz algumas limitações. Por razões claras, foi considerado na análise apenas um paciente. Além disso, o cérebro havia passado por convulsões e apresentava lesões e inchaços. De toda forma, a pesquisa traz uma ponta de esperança. 

“Embora nossos entes queridos tenham seus olhos fechados e estejam prontos para nos deixar para descansar, seus cérebros podem estar revivendo alguns dos melhores momentos que vivenciaram em suas vidas”, disse Ajmal Zemmar, neurocirurgião da Universidade de Louisville (EUA) e líder do estudo, em comunicado.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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