Estudo mostra por que alguns cocôs boiam e outros afundam

O comportamento das fezes na privada parece estar relacionado a quantidade de gás liberada por bactérias intestinais nos dejetos
Estudo inédito mostra por que alguns cocôs boiam e outros afundam
Imagem: Giorgio Trovato/Unsplash/Reprodução

O Google é o melhor amigo dos zumbis da madrugada. Basta chegar o ápice da noite para que muitos indivíduos peguem seus celulares e comecem a pesquisar as questões mais absurdas possíveis. 

A indagação a seguir com certeza já tirou o sono de muitas pessoas. Afinal, por que alguns cocôs boiam e outros afundam?

Felizmente, há uma resposta para isso. Ela começou a ser desenhada na década de 1970 pelos pesquisadores Michael Levitt e William Duane. Os cientistas coletaram fezes flutuantes de 13 pessoas e retiraram todo o gás interno do dejeto. Assim, concluíram que o cocô boiava devido a quantidade de gás presente, e não pelo teor de gordura, como era disseminado até então.

A dupla acreditava que o gás estava ligado a bactérias intestinais, que fermentavam carboidratos nas fezes e geravam gás metano. Mas faltava confirmar a hipótese. 

Isso foi feito agora por cientistas da Mayo Clinic, nos EUA. A equipe notou que os camundongos criados para não ter bactérias intestinais sempre produziam fezes que afundavam, enquanto metade dos camundongos não modificados liberavam dejetos que boiavam. 

Após a observação, os pesquisadores resolveram injetar bactérias intestinais retiradas das fezes de camundongos comuns naqueles que eram considerados livres de germes. A história mudou e parte dos cocôs passaram a flutuar. 

Foram identificadas nos roedores uma série de bactérias produtoras de gás, como as Bacteroides ovatus e Bacteroides uniformis, conhecidas por aumentar a produção de metano e a frequência de flatulências nas pessoas. O estudo completo foi publicado na Scientific Reports.

Cerca de 10% a 15% das pessoas liberam com frequência fezes que boiam na água da privada.  O restante costuma fazer cocôs que afundam. Nos próximos passos da pesquisa, os cientistas pretendem isolar as bactérias e descobrir quais delas são responsáveis pelo maior nível de gás nos dejetos. 

O comportamento de boiar ou afundar das fezes parece estar ligado a condições genéticas, dieta e até mesmo ao ambiente em que a pessoa está inserida. Porém, os pesquisadores ainda não sabem dizer com certeza qual tipo de cocô é mais saudável. Se notar alguma irregularidade durante ou após a evacuação, procure um médico.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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